Abrigo e bens essenciais não alimentares continuam no topo das necessidades da resposta de emergência que está a ser dada à população atingida pela tempestade Erin, em agosto, na ilha de São Vicente, segundo a Cruz Vermelha.

“As inundações criaram necessidades urgentes em vários setores: o abrigo e os artigos não alimentares continuam a ser cruciais, uma vez que milhares de famílias perderam casas e bens”, lê-se no mais recente relatório da organização humanitária, consultado hoje pela Lusa, acerca do apoio prestado após a tempestade. 

Até à data (final de outubro), o apelo de emergência lançado pela Cruz Vermelha Internacional, que procura angariar 3,2 milhões de euros, “já atingiu 45% do seu objetivo”, informou.

“São necessárias mais contribuições financeiras para permitir que a sociedade civil, com o apoio da Federação Internacional da Cruz Vermelha, continue a prestar assistência humanitária e a reforçar a resiliência das pessoas afetadas pelas cheias”, acrescentou, no documento.

Outras áreas afetadas incluem a segurança alimentar, fornecimento de água potável, saneamento e higiene, além de várias pessoas terem perdido os seus negócios ligados à agricultura e pesca.

Há também “necessidades de saúde e psicossociais elevadas, com instalações de saúde sobrecarregadas”, detalha o relatório.

A estratégia da Cruz Vermelha (internacional e local) prevê ações no terreno durante um ano para beneficiar 1.500 famílias. 

Até novembro, a operação concentra-se “em chegar a 920 famílias com artigos de ajuda humanitária, incluindo: kits de abrigo, saúde, alimentos (ou dinheiro para alimentos), artigos não alimentares e materiais de “higiene e dignidade”.

Para os meses seguintes (3 a 6 meses), a ação estará focada “na restauração dos meios de subsistência e da dignidade”. 

O Governo de Cabo Verde anunciou que a intervenção de emergência em São Vicente, que vai durar até 2026, está orçada em 45 milhões de euros e que a verba está garantida, graças aos fundos de emergência do arquipélago (17 milhões de euros) e ao apoio de parceiros. 

Foi ainda anunciado um plano de reconstrução com resiliência, que está em preparação e com um valor indicativo de 350 milhões de euros, a aplicar em 10 anos. 

O Governo cabo-verdiano espera que metade seja garantida pelos parceiros, através de donativos, financiamentos concessionais, garantias multilaterais ou conversão de dívida num fundo climático, para que o desembolso não afete os indicadores macroeconómicos e a estabilidade cambial do país.

Por: Lusa