O futebol hoje em dia é cada vez mais depende muito do detalhe e muito do sucesso e insucesso deriva da importância que se dá ao mesmo.
Analisar bem o adversário pode ser um ponto-chave. Como é óbvio cada contexto tem que se aplicar a cada dimensão e realidade. E por vezes muito se depende do meio onde se está inserido, das condições de trabalho que são oferecidas e dos recursos humanos que nos rodeiam para aplicar certas medidas que determinam o factor ganhar e perder.
Numa equipa técnica como auxilio ao treinador para além de outros elementos deverá existir uma pessoa que em tempo oportuno faça chegar todos os dados para este analisar e assim poder-se chegar a um consenso de todos os processos da equipa adversária. Pontos fortes e menos fortes. Quando se vai observar uma equipa, antes do jogo deve recolher-se toda a informação disponível. Tudo é importante, assim como, o dia e a hora do jogo, o estado do relvado e do clima, o aquecimento da equipa, nomes dos jogadores e números, características especiais do sistema de jogo e características especiais relacionadas com os jogadores. Nestes itens destaco por exemplo a observação da equipa no aquecimento. Um aquecimento e a forma, exercícios e duração, como o executam é fundamental para entender o estado da equipa e os níveis de concentração desta.
É para mim um importante detalhe a ter em conta nesta primeira fase. Mas é durante o jogo que a observação tem os pontos mais importantes. Deve observar-se a organização estrutural inicial e todas as alterações que acontecem no decorrer do jogo nessa estrutura, quer pela evolução do resultado, quer pelas substituições ou cartões que impliquem uma alteração.
Na organização defensiva, sempre que a equipa não tem bola no seu poder, devemos ter em atenção a zona onde defendem, se o bloco é alto, médio ou baixo. Qual o tipo de marcação efectuado, se defendem á zona, ao homem ou numa marcação mista. E ainda qual a atitude nos comportamentos defensivos, se são agressivos na zona de pressão ou efectuam essa pressão de uma forma passiva.
Nas transições defensivas da equipa a nossa atenção deve estar nos erros posicionais quando a equipa perde a posse de bola e quais os posicionamentos e espaços existentes. Se a equipa recorre a faltas tácticas ou não também é importante perceber este aspecto. Na organização ofensiva, sempre que a equipa tem a bola no seu poder, devemos ter em atenção qual o tipo de construção como prioridade após recuperação da bola, se este é efectuado de uma forma lenta de passe curto ou rápido e directo.
Quais são os jogadores referência para a equipa se organizar ofensivamente e ainda os padrões colectivos estabelecidos, quando o jogo é construído. Nas transições ofensivas da equipa a nossa atenção deve estar na reacção quando ganha a posse de bola, se é rápida e agressiva ou lenta com predominância na posse de bola. Quais os jogadores de 1ª referência na transição e ainda qual o tipo de transição que o guarda-redes procura quando recupera a posse de bola, podendo ser jogo rápido e directo ou lento para deixar subir e organizar.
As bolas paradas são também factor determinante na observação e analise. Sendo que nas bolas paradas a favor devemos ter atenção o tipo de movimentação nos lançamentos laterais, livres laterais e cantos, quais os jogadores referencia e os locais para onde o passe ou o remate é efectuado neste tipo de lances. Nas bolas paradas contra é importante observar a quantidade de jogadores colocados nas barreiras e qual o comportamento destes, se saltam, se não saltam. Qual o número de jogadores que defendem neste tipo de lances e qual o posicionamento que os jogadores ocupam neste tipo de lances.
Joel de Castro