Foi visto a jogar na cidade da Praia e passado poucos meses estava Leandro Semedo a jogar no FC Porto, na equipa principal de Andebol.

Neste mês saiu mais uma edição, a 354, da Revista Dragões, que pertence ao FC Porto, e um dos destaques vai para o cabo-verdiano Leandro Semedo, de 22 anos.

Corria o mês de Julho de 2013 quando Leandro Semedo, então com 18 anos, entrou em campo para mais um jogo do Campeonato regional da sua ilha, Santiago, entre a primeira equipa que representou, o Desportivo da Praia, e a que então defendia, o ABC.

Leandro não sabia, mas nas bancadas estava José Magalhães, que se tinha deslocado a Cabo Verde para leccionar num curso de treinadores. O director geral do andebol azul e branco só precisou de uma parte do encontro para ver nele grande potencial.

“No intervalo veio falar comigo e no dia seguinte marcou uma reunião comigo e com o Nelson de Jesus [actual presidente da Federação Cabo-verdiana de Andebol]. Fiquei entusiasmado e surpreso, porque as pessoas apontavam para outros jogadores, que estavam mais em destaque no campeonato”, recorda o andebolista à revista Dragões.

Só faltava o consentimento da mãe, que ficou “insegura por deixar o filho de 18 anos sair do país”, para se iniciar a ligação ao clube. “A vida em Cabo Verde não nos permite deixar escapar uma coisa dessas. Tinha a oportunidade de mudar a minha vida e a da minha família”, conta o lateral esquerdo, que, a 5 de setembro de 2013, cerca de dois meses depois do primeiro encontro com José Magalhães, aterrava no Porto.

Quando Leandro começou a treinar em Portugal, nos juniores e na equipa B do FC Porto, alinhava a pivô, devido à “altura e corpo” que tinha. Mas então deu-se uma mudança de posto específico que se viria a revelar chave, nos “bês”: “Foi o Carlos Martingo [actual treinador do Avanca] que me pôs a lateral pela primeira vez. Ajudou-me incansavelmente, debaixo de muitos berros, mas devo-lhe muito”, reconhece.

Outras duas pessoas a quem agradece nesta fase de adaptação são o então treinador Obradovic e Gilberto Duarte, português mas filho de pais cabo-verdianos, que entretanto se transferiu para o Wisla Plock. “Dentro e fora do campo, foi se calhar quem me ajudou mais. Tive muitas dificuldades, mas graças a Deus tive persistência e vontade.”

Os primeiros tempos foram complicados, quer a nível de treino quer pessoal, mas hoje já se pode dizer que tudo valeu a pena: o cabo-verdiano tem somado cada vez mais minutos, tanto na defesa como no ataque.

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Publicado por Leandro Semedo em Sexta-feira, 10 de Março de 2017

Ele, que tem 1,94 metros, usa o numero 6 e no campo joga a lateral esquerdo. Coemçou no Desportivo da Praia, depois mudou-se para o ABC, na mesma cidade. Em Portugal esteve um ano emprestado ao Maia e no FC Porto já foi campeão nacional.

A nível internacional, representa Cabo Verde e já esteve no torneio de andebol da Zona II de África, o IHF Trophy, com a selecção cabo-verdiana.