“Em representação do Governo, assinei, com o Banco da Áustria, um acordo de financiamento no montante de 10 milhões de euros para a compra de uma dessalinizadora com a capacidade de produção de 5.000 metros cúbicos por dia, para atender à necessidade da ilha da Boa Vista”, anunciou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.
O governante explicou ainda que esta produção “visa atender à demanda da ilha”, a segunda mais turística do arquipélago, para “assegurar a dinâmica do setor do turismo, bem assim para atender às necessidades da população”.
“Este crédito é concessional, a taxa de juro zero, o que vai auxiliar o Governo de modo a ter mais espaço para utilização do próprio crédito”, disse ainda.
Face às sucessivas secas no arquipélago, o Governo tem vindo a procurar diversificar as fontes de água potável, nomeadamente através de rega gota a gota na agricultura e de centrais de dessalinização para consumo humano.
Já em 2021 tinha sido anunciado pelo Governo que a central de dessalinização do Palmarejo, na cidade da Praia, a maior do país, iria aumentar a capacidade de produção em 5.000 metros cúbicos de água diários a partir de março, num investimento financiado também pela Áustria em 5,5 milhões de euros.
De acordo com um anúncio feito em fevereiro do ano passado pelo Governo cabo-verdiano, as obras de montagem da nova unidade dessalinizadora da central do Palmarejo, operada pela empresa pública Electra, estavam em curso, para “começar a injetar água na rede em finais de março”.
“A Electra vê assim aumentada em 33% a capacidade instalada, passando para um total disponível de 20 mil metros cúbicos de água diários”, através da central na capital cabo-verdiana, refere-se na mesma informação.
Além de alguns bairros da Praia, a nova unidade, instalada pelos austríacos da UNIHA Wasser Technologie, iria permitir reforçar o abastecimento de água potável, obtida a partir da água do mar, aos concelhos de São Domingos e São Lourenço dos Órgãos.
Trata-se de um investimento público financiado pelo Unicredit Bank Áustria AG com 5,450 milhões de euros, conforme acordo assinado em fevereiro de 2020 com o Governo cabo-verdiano, visando “a conceção, produção, entrega e instalação de equipamento eletromecânicos da Central de Dessalinização do Palmarejo”.
Em Cabo Verde, a dessalinização é utilizada há mais de 50 anos e este investimento surge numa altura em que o país recupera ao fim de quatro anos consecutivos de seca. Neste cenário, o Governo decretou, em janeiro de 2020, a situação de emergência hídrica, com limitações ao consumo de água, e aprovou um plano de mitigação, que passa precisamente pelo reforço da capacidade de tratamento de água do mar.
Por: Lusa