Autarca explica que “crise aguda” nos serviços de saneamento obrigou à utilização da antiga lixeira da Praia

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O presidente da Câmara Municipal da Praia (CMP) explicou hoje, em comunicado, que a utilização da antiga lixeira para depósito de lixos se deve a uma “crise aguda” que os serviços de saneamento enfrentaram nos últimos dois meses.

Francisco Carvalho reconhece que nos últimos tempos se registou uma situação “aguda” no combate ao lixo e à limpeza da cidade, atingindo “situações insustentáveis”.

“Tudo isso se deve sobretudo à falta de investimentos no sector do saneamento, que ao longo de 12 anos, ao invés de ser dotado de equipamentos e capacitação técnica para responder à demanda de uma cidade capital, foi praticamente entregue a empresas privadas que pouca sensibilidade têm para a satisfação social”, lê-se no comunicado da CMP.

Segundo o autarca praiense, a edilidade local sofreu uma “pressão, legitima” no sentido de solucionar o problema o mais urgente possível, tendo em conta os seus efeitos na economia e na saúde pública.

Para resolver o problema, acrescenta Francisco Carvalho, a Câmara Municipal optou por alugar viaturas privadas e utilizou a “ex-lixeira municipal” como espaço de vazamento transitório.

“A ‘ex-lixeira’ continua, para todos efeitos, encerrada, tendo sido utilizada, num momento contingencial difícil, apenas como ponto de apoio no processo de saneamento e limpeza da cidade”, indicou o autarca, acrescentando que “a edilidade tem trabalhado sempre no quadro das suas competências próprias, previstas na lei”.

“A câmara municipal está ciente do seu papel e vai tudo fazer para criar as melhores condições para a vida comunitária”, conclui o comunicado.

Recentemente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS) denunciou a CMP de transformar o antigo vazadouro municipal sanitariamente selado numa lixeira, e exigiu a “suspensão imediata” da deposição de resíduos na antiga lixeira.

Em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da ANAS,  Cláudio dos Santos, manifestou a sua indignação pelo facto denunciado, tendo sublinhado que a concretização do encerramento e respectiva desativação custou 47 milhões de escudos proveniente dos recursos públicos em 2020.

Por esta razão, Cláudio dos Santos quer que a autarquia da capital recolha e transporte os resíduos já depositados para o Aterro Sanitário de Santiago, por entender que tal prática da câmara da Praia viola as normas, pondo em causa a salubridade ambiental e a saúde pública.

Por: Inforpress