Banco de Cabo Verde prevê crescimento da economia cabo-verdiana no intervalo de 3% a 4% em 2017

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O Banco de Cabo Verde divulgou na passada sexta-feira o seu relatório de política monetária (RPM) com previsão de um crescimento da economia, em 2017, no intervalo de 03 a 04 por cento (%) do Produto Interno Bruto (PIB).

O RPM indica que de acordo com as estimativas das contas nacionais trimestrais do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a economia nacional registou o “crescimento real mais acelerado desde 2011” e esse facto resulta, principalmente, das “dinâmicas da administração pública, impostos líquidos de subsídios, alojamento e restauração e agricultura”, na óptica da oferta.

Do lado da procura, o RPM adianta que o comportamento dos indicadores de tendência sugere que o melhor desempenho da economia nacional traduziu a “boa performance” da formação bruta de capital fixo (privada) e do consumo (privado e público), tendo em conta “um contexto de aumento do financiamento ao sector privado (com recursos internos e externos), de recuperação da confiança dos agentes económicos e de deflação dos preços no consumidor”.

“A inflação média anual manteve, ao longo de 2016, a trajectória de redução iniciada em finais de 2015, fixando-se, em Dezembro de 2016, em menos (-)1,4 por cento (+0,1 por cento em período homólogo)” diz o RPM do BCV, explicando que o comportamento dos preços no consumidor resultou de alguns condicionantes.

São os casos, sobretudo, “da deflação das classes de bens alimentares e bebidas não alcoólicas, de rendas de habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis” indica o documento acrescentando que isso foi reflexo da transmissão, aos preços internos, da inflação importada, de algum aumento da produção local de frescos, bem como, da extinção da medida tributária temporária, adoptada em 2015, de aumento da taxa do IVA de 15 para 15,5 por cento.

De acordo com o RPM do BCV, as contas externas registaram um comportamento muito favorável em 2016 “tendo a balança global registado um excedente de 83 milhões de euros”, em função da redução das necessidades de financiamento da economia numa conjuntura de aumento de influxos de financiamento da economia.

O RPM do BCV indica que a acumulação das reservas internacionais líquidas do país, para o valor máximo histórico de 59,7 mil milhões de escudos resultou no crescimento dos ativos externos líquidos do país, na ordem dos 19 por cento, pelo que, o nível de reservas, com base nos meses de importação, está estimado em 6,9 meses de importação, em 2016, contra os 6,4 meses de importação registados em 2015 e 5,4 registados em 2014.

Por outro lado, contrariando a evolução dos activos externos do Banco de Cabo Verde, “os activos externos dos bancos comerciais reduziram, numa conjuntura em que a ‘rendibilidade’ das suas aplicações no exterior (tradicionalmente em depósitos na Área do Euro) acentuou o perfil descendente”, explica-se no relatório.

Fonte: Inforpress