Banco Interatlântico eleito o melhor em Cabo Verde pela “The Banker”

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O cabo-verdiano Banco Interatlântico, um dos dois que o grupo português Caixa Geral de Depósitos detém no arquipélago, foi premiado pela revista “The Banker”, pelo terceiro ano consecutivo, como Melhor Banco de Cabo Verde, anunciou hoje a instituição.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a instituição recorda que esta distinção, relativa a 2020, surge numa fase em que o banco atingiu “objetivos muito importantes”, como o reforço da solidez e a redução do crédito malparado (NPL, acrónimo de Non Performing Loans), num ano marcado pelas consequências económicas da pandemia de covid-19.

“Quando a maior crise das nossas vidas nos chega de repente e cheia de incertezas e o resultado do nosso esforço e absoluto empenho se traduz em união em torno do objetivo comum de vencer o desafio, temos de estar muito orgulhosos”, sublinha o comunicado do Banco Interatlântico.

O título de Melhor Banco de Cabo Verde 2020 foi atribuído pela revista “The Banker”, uma das mais prestigiadas a nível europeu naquele setor.

“A importância da atitude de cada pessoa e de cada equipa no sucesso e no compromisso da organização provou ser o elemento chave para resistir, ultrapassar e vencer”, lê-se ainda no comunicado do banco.

O capital social do Banco Interatlântico está avaliado em 1.000 milhões de escudos (9,1 milhões de euros) cabendo à Caixa Geral de Depósitos uma quota de 70% na estrutura acionista. Em Cabo Verde, aquele grupo estatal português lidera ainda o Banco Comercial do Atlântico, um dos maiores do arquipélago, tendo a administração iniciado o processo para a alienação da sua participação, ficando apenas com o Banco Interatlântico no país.

Os lucros do Banco Interatlântico – um dos sete bancos comerciais com licença genérica em Cabo Verde – praticamente triplicaram em 2019, face ao ano anterior, para 4,3 milhões de euros, o melhor resultado desde a sua criação, segundo a administração.

De acordo com o relatório e contas de 2019 do banco, noticiado anteriormente pela Lusa, o resultado líquido da instituição cresceu 187,9% em 2019. Foi mesmo “o maior resultado do banco desde a sua origem”, em julho de 1999, segundo a administração, cuja comissão executiva é presidida por Pedro Gomes Soares.

O relatório acrescenta que este resultado será aplicado apenas em reservas legais (10%) e o restante para “cobertura de resultados transitados negativos e para constituição de reservas livres”.

“Com as medidas já aprovadas pelo supervisor e aplicando nos fundos próprios a totalidade do resultado de 2019, o banco estará mais bem preparado para resistir aos efeitos adversos da crise já iniciada”, lê-se na mensagem da administração no relatório e contas, que contabilizou um resultado líquido superior a 477,3 milhões de escudos (4,3 milhões de euros).

A decisão de não distribuir dividendos de 2019 cumpre a orientação do banco central, de reforço dos capitais próprios dos bancos que operam no país, face à situação imprevisível provocada pela pandemia de covid-19 e as consequências na economia.

“Este resultado é fruto do contínuo esforço coletivo da organização no aprofundamento dos seus principais vetores estratégicos”, destaca a administração.

Em 2019, o ativo líquido do banco cresceu 7,3%, para 24.454 milhões de escudos (223,7 milhões de euros), o crédito a clientes subiu 5,1%, para 18.416 milhões de escudos (168,5 milhões de euros) e os capitais próprios aumentaram 25%, chegando a 2.408 milhões de escudos (22 milhões de euros).

Os recursos dos clientes (depósitos) no Banco Interatlântico subiram 5,8%, para 21.589 milhões de escudos (197,5 milhões de euros), equivalente a uma quota de mercado de 9,8%, enquanto 11,5% do crédito bruto concedido e juros estavam no final do ano em situação de vencido, uma melhoria de 4,5 pontos percentuais quando comparado com 2018.

O produto bancário do Banco Interatlântico aumentou 13,4%, para 1.234 milhões de escudos (11,3 milhões de euros) e o número de trabalhadores cresceu 7%, para 152 em 31 de dezembro de 2019.

Por: Lusa