Binter decide acabar com tarifas promocionais e com o Bintaço

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A Binter Cabo Verde informa que vai acabar com algumas tarifas promocionais e com o Bintaço, informando ainda que quer negociar com o Governo um novo quadro regulatório.

Numa carta assinada pelo director-geral da empresa, Luís Quinta, a que a Inforpress teve acesso, a companhia área afirma que esta decisão foi motivada pelo despacho da Agência de Aviação Civil (AAC) a estabelecer novas tarifas máximas para as viagens inter-ilhas, que entra em vigor a partir do dia 29 de Outubro.

A Binter revela ainda que, “de agora em diante”, quando os clientes estiverem a comprar passagens “vão notar que as novas tarifas máximas já estão disponíveis”, mas, sublinhou, “notarão também que um grande número de tarifas económicas e promocionais deixaram de existir”.

“Igualmente, informamos que com a entrada em vigor das novas tarifas máximas, o Bintaço terá desaparecido”, destacou a carta da companhia, garantindo, por outro lado, que os clientes que já tenham adquirido passagens dentro dessa modalidade promocional poderão realizar as suas viagens, mas que no futuro deixará de existir o Bintaço.

A companhia aérea lembra ainda que foi convidada, em 2012, pelo Governo do PAICV, para entrar no mercado de Cabo Verde e operar no mercado inter-ilhas face à “dramática situação financeira” que naquela época a TACV atravessava.

A mesma fonte diz que o modelo aplicado nas Canárias, durante quase 30 anos, teve ganhos e que queriam “repetir o mesmo modelo em Cabo Verde”

Segundo a Binter, quando chegou a Cabo Verde, a promessa do Governo foi de que “o quadro regulamentar comercial não seria alterado, mas sim melhorado no sentido de uma maior liberalização”.

Outra garantia, prosseguiu, é que “não seriam concedidos subsídios públicos a empresas que pudessem competir com a Binter” e que “não seriam adoptadas condições que colocariam em risco um retorno razoável para operador ou operadores no mercado interno cabo-verdiano”

Com a mudança para actual liderada pelo MpD, ajunta a Binter, foi-lhe assegurada as mesmas condições anteriores de operabilidade pelo que reiterou os mesmos compromissos de base.

Na missiva, o director-geral da Binter afiança que o compromisso da empresa “é manter todas as ilhas conectadas com uma oferta comercial que permita que mais e mais pessoas voem, o que possibilita aumentar voos e garantir que os serviços inter-ilhas sejam um dia, como os das Ilhas Canárias hoje, ou outros lugares do mundo, com semelhante nível de serviço”.

Por isso, segundo a Binter, é necessário ter uma rentabilidade razoável para continuar a investir na renovação da frota e na expansão dos serviços.

No entanto, defende que com a entrada de em vigor das novas tarifas, a sua política comercial “não pode ser aplicada e chega mesmo a colocar em risco a estabilidade económica da empresa”.

A Binter afirma, porém, que está a negociar com o Governo “para tentar resolver a situação, no sentido de se criar um quadro regulatório” e que lhe permita “operar com rentabilidade económica e com previsibilidade desejada”.

A companhia aérea garantiu, entretanto, ainda que continuará a lutar e pelos seus clientes.

Por: Inforpress