Biosfera anuncia Linha Verde para denúncias de capturas de tartarugas marinhas

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O presidente da associação ambiental Biosfera 1, Tommy Melo, anunciou hoje a criação de uma Linha Verde para que os cidadãos possam fazer denúncias de actividades ilícitas relacionadas com as tartarugas e com a extracção de areia.

A mesma fonte adiantou à Inforpress que a Linha Verde deverá ser socializada até ao final desta semana ou início da próxima, para que as pessoas possam denunciar, de forma anónima se preferirem, qualquer actividade ilícita na questão das tartarugas marinhas ou mesmo na apanha de areia.

“A Biosfera 1 irá receber as chamadas do número verde, que estará disponível a qualquer cidadão e de forma gratuita, e encaminhar às autoridades em questão”, lançou.

Trata-se de um instrumento que, segundo Tommy Melo, vai ajudar nas campanhas de protecção implementadas pela instituição, em São Vicente e em Santa Luzia.

No caso de São Vicente, a campanha arrancou esta segunda-feira com a Biosfera 1 a operar em parceria directa com as outras entidades na ilha, entre as quais, o Instituto do Mar (IMar) e a associação Ponta d´Pom.

“A Biosfera irá ter um papel muito importante na faixa que vai desde o norte de Baía até à zona do Calhau, ali será a zona em que os efectivos estarão a operar diariamente e com vigias noturnas, em contacto com as autoridades”, explicou o ambientalista, que adiantou que serão feitas vigias, tanto para o controlo da actividade ilícita relacionada com as tartarugas como a relacionada com a extracção de areia que tem sido prática nessa área.

Questionado se, tal como a associação do Maio, também há registo de casos de apanha e morte de tartarugas, o presidente da ONG assegurou que ainda não têm denúncias de intromissão humana directa, mas já há alguns casos de estragos de ninhos na semana passada por cães vadios, como “infelizmente” aconteceu no ano passado.

Quanto à Santa Luzia, o início da campanha deverá acontecer no final da semana, para uma época que Tommy Melo espera ser “tranquila”.

“Esta época estamos à espera que não tenhamos grandes problemas em termos de captura ilegal em Santa Luzia e nem no Ilhéu Raso, tendo em conta que as comunidades piscatórias já vêm trabalhando com a Biosfera e numa grande parceria”, afiançou.

Por razões climatéricas, que prevê um ano de ocorrência de “fortes chuvas”, a Biosfera tem o pessoal de campo já de sobreaviso e com um plano em ‘stand by’ para o caso de haver estragos.

A campanha também contempla factores relacionados com a pandemia da covid-19, tendo a instituição entrado em contacto com a Delegacia de Saúde de São Vicente que, assegurou Tommy Melo,  respondeu com prontidão para a realização de testes a todo o pessoal que for trabalhar em Santa Luzia.

“Por indicação das autoridades, nenhum acampamento da Biosfera terá mais que seis pessoas para diminuir ao máximo a exposição e a proximidade entre pessoas e risco de contágio”, concretizou.

Por: Inforpress