Cabo Verde não participa na cimeira Rússia/África em sinal de protesto contra a invasão à Ucrânia – PR

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O Presidente da República José Maria Neves afirmou hoje, em Santa Catarina, que Cabo Verde não vai participar na cimeira Rússia/África, esta semana em São Petersburgo, em sinal de protesto contra a invasão da Rússia à Ucrânia.

“[A ausência na cimeira Rússia/África] é um sinal que Cabo Verde dá porque Cabo Verde é um País de paz, e quer que os conflitos sejam resolvidos de forma pacífica, de forma negociada e que respeitamos a integridade territorial dos países. Achamos que [a guerra] não faz sentido, portanto, devemos neste momento, é criar todas as condições para que haja diálogo entre as partes e haja uma solução negociada deste conflito”, justificou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, em Achada Lém, Santa Catarina, à margem de um evento religioso.

“Portanto, Cabo Verde não participou, digamos em sinal por esta situação difícil, porque passa a humanidade, e sobretudo, por causa dessa guerra na Ucrânia”, reforçou o mais alto magistrado da Nação.

Na ocasião, lembrou que Cabo Verde, desde o primeiro momento condenou de forma veemente a invasão da Rússia à Ucrânia, por defender a soberania dos Estados, a integridade territorial de todos os Estados, e condena todas as intervenções de qualquer Estado num outro Estado.

De acordo com a agência Lusa junto dos países lusófonos, a Guiné-Bissau e Moçambique estarão representados ao mais alto nível, com os Presidentes Umaro Sissoco Embaló e Filipe Nyusi, respectivamente, enquanto Angola enviou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Téte António, e São Tomé e Príncipe estará representado pelo embaixador em Lisboa, que está também acreditado em Moscovo.

Espera-se desta segunda cimeira que a Rússia e os países africanos assinem um “plano de acção até 2026” e uma série de documentos bilaterais, como anunciou o Kremlin, tentando que a relação vá além dos acordos na área da defesa e venda de armas, que resumem, na maioria dos casos, e até hoje, a relação de Moscovo com África.

Contudo, para Moscovo o mais importante, segundo analistas internacionais ouvidos pela Lusa, é mostrar um entendimento com os Estados africanos, apesar do conflito na Ucrânia, que alguns condenaram nas Nações Unidas e o fim do acordo dos cereais.

Por: Inforpress