Cabo Verde está a elaborar o quadro legal para regulamentar o exercício da medicina tradicional no país, disse hoje o diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, prevendo a conclusão “nos próximos anos”.

“Nós estamos a trabalhar nisso, estamos no processo de elaboração do quadro legal, para poder ter depois a regulamentação do exercício da medicina tradicional em Cabo Verde”, disse o responsável de Saúde, em declarações à Lusa, na cidade da Praia, no âmbito da realização de uma feira para comemorar o 20.º aniversário do Dia da Medicina Tradicional Africana.

Jorge Barreto disse ainda que “possivelmente nos próximos anos” o país vai ter o seu quadro legal para implementar a medicina tradicional, que permita reconhecer quais as especialidades e as formas de exercer.

A feira, que deveria ser realizada em 31 de agosto, mas foi adiada por causa das chuvas, serviu para divulgar as ervas e plantas que podem ser utilizadas no tratamento ou no alívio de sintomas de doenças.

“A medicina tradicional africana é bastante considerada no nosso continente, muitas pessoas utilizam, é uma recomendação também da OMS [Organização Mundial de Saúde], valorizar este aspeto, porque pode ser também uma forma de ajudar no alcance na cobertura universal de saúde”, defendeu o diretor.

E referiu que muitos medicamentos são produzidos a partir de plantas e há muitos chás, infusões, pomadas ou óleos já utilizados no país para aliviar sintomas de doenças.

Entretanto, aconselhou as pessoas a sempre procurar orientação médica caso os sintomas não estejam a melhorar com a medicina tradicional.

A feira foi organizada pela Direção Nacional de Saúde, com a colaboração do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) e da Câmara Municipal da Praia, sob o lema “Duas décadas do Dia Africano da Medicina Tradicional: progresso para alcançar com a Cobertura Universal de Saúde em África”.

O objetivo é valorizar a medicina tradicional cabo-verdiana, dentro das comemorações do 20.º aniversário da Medicina Tradicional Africana, celebrada anualmente nos países africanos e promover o papel da rica biodiversidade de plantas e ervas medicinais do continente na melhoria do bem-estar das populações.

Além da medicina tradicional africana, o ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, disse em julho que o país está a trabalhar para implementar a medicina tradicional chinesa, para ser uma alternativa e para complementar a medicina convencional.

Por: Lusa