Cabo Verde recebe a partir de hoje um exercício militar de 11 dias promovido pelo Comando dos EUA para África e no qual participam vários países, anunciaram as Forças Armadas.

O arquipelágo “acolhe, pela primeira vez, o Estado-Maior do exercício Obangame Express”, ou seja, vai servir de sede para a estrutura central de coordenação do simulacro, classificado como “um dos maiores exercícios combinados de segurança marítima da África Ocidental e Central”, segundo um comunicado das forças armadas cabo-verdianas.

O governo do arquipélago diz-se comprometido “com a paz, estabilidade no domínio do mar”, servindo o exercício para fortalecer a cooperação regional e elevar os níveis de prontidão operacional no Golfo da Guiné.

“As atividades serão realizadas com a participação de altas patentes militares de países membros e centros de operações e de coordenações da Arquitetura de Yaoundé, como Brasil, França, Itália, Portugal, Marrocos, Dinamarca, Espanha, Tunísia e Holanda, bem como representantes de organizações internacionais como a Interpol, UNODC [Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime] e MAOC-N [Centro de Análise de Operações Marítimas e Narcóticos]”, acrescentou-se no mesmo comunicado.

O programa de 11 dias do exercício inclui formação prática com juristas e oficiais de diversos países sobre a aplicação da lei no mar, simulação de um julgamento com o envolvimento da Interpol e da ONUDC e demonstração de veículos robóticos para deteção de embarcações.

O Golfo da Guiné é uma vasta área do oceano Atlântico, que acompanha a reentrância do continente africano que vai da Costa do Marfim (a noroeste) até ao Gabão (a sudeste) e onde há um registo regular de casos de pirataria e atividades ilegais.

A área é palco frequente de exercícios internacionais e ações de vigilância.

O Governo cabo-verdiano tem dito que pretende melhorar a vigilância do seu território, quase na totalidade composto por mar, e no final de 2023 expressou junto da União Europeia (UE) a vontade de beneficiar de formas de assistência, para reforço da vigilância marítima, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.

Fonte: Lusa