A Madeira, os Açores, Cabo Verde e Brasil voltam a estar no topo das preferências dos portugueses para viajar neste final do ano, férias que estão a vender muito bem, ainda que mais caras, disseram operadores turísticos à Lusa.
“As vendas para o período festivo de Natal e ‘reveillon’ têm corrido bastante bem, a um ritmo ligeiramente superior ao ano transato com maior antecipação na venda. Se compararmos o período homólogo de 2022, considerando o início de viagem de 20 a 31 dezembro, temos este ano um acréscimo de 800 passageiros”, disse a diretora de Operações da Solférias, Sónia Regateiro, à Lusa.
Satisfeitos com as vendas estão também o diretor geral da Nortravel, Nuno Aleixo, e o diretor comercial da Sonhando, Fernando Bandrés.
“Embora tenhamos notado um ritmo mais lento nas reservas nas últimas semanas – o que é normal, pois é comum que os consumidores reservem para o final do ano com maior antecedência em comparação com outros períodos festivos -, estamos satisfeitos com as vendas”, disse Fernando Bandrés.
Segundo o diretor comercial da Sonhando, a sua empresa ainda tem “alguma capacidade para aqueles clientes de última da hora”, pelo que confia “em fechar um bom período de vendas”.
O responsável especificou ainda que “as vendas de reservas com partidas entre 20 e 31 de dezembro aumentaram 47% em volume de passageiros e 82% em volume de faturação, portanto, não se observou uma quebra nas vendas”.
“No entanto, a margem bruta de venda começa a refletir uma maior concorrência de produtos no mercado em comparação com 2022, mas parece que a vontade de viajar continua bem presente, mesmo a contrariar as notícias e as perspetivas económicas para 2024”, disse Fernando Bandrés, aludindo à desaceleração de que o setor também diz ser de prever.
Já Nuno Aleixo disse que venderam tudo, mas, por precaução, dada a conjuntura, a Nortravel ajustou a oferta.
“O ano foi, sem dúvida, bastante positivo globalmente e o fim de ano não vai ser exceção. A oferta que se colocou no mercado esgotou completamente, embora haja possivelmente menos oferta do que em outros anos de passagem de ano. Neste ano não apostámos, por exemplo, em operações especiais para as Caraíbas. Se a oferta foi mais ajustada foi precisamente enquadrada à procura que existiu, por isso, é que está tudo bastante bem composto”, afirmou.
Questionados se a alta de preços nas viagens e pacotes turísticos é uma realidade, todos confirmam.
“Os preços efetivamente aumentaram quer por efeito da inflação dos diversos países quer pelo aumento de ‘fuel’ [combustível] relativamente à parte aérea. No entanto, mantivemos todas as operações ‘charter’ anunciadas”, disse a responsável da Solférias.
Uma situação que o responsável da Sonhando também confirmou, lembrando que, nas épocas festivas, também é comum que as tarifas subam, seguindo a lei da oferta e da procura.
“No entanto, notamos que, fora dessa época, também temos enfrentado aumentos nos custos das tarifas aéreas e da hotelaria. Os custos operacionais dessas empresas têm aumentado devido aos preços dos combustíveis, matérias-primas, eletricidade, entre outros. Embora estejamos a fazer esforços para absorver parte desse aumento na nossa margem (de lucro), é inevitável que uma parte desse sobre custo seja repassada ao consumidor”, explicou Fernando Bandrés.
No que diz respeito aos destinos, todos apontam “os tradicionais do fim de ano”, com o diretor geral da Nortravel a referir a Madeira como “o número um em termos de venda” da empresa nesta altura.
Ainda cá dentro, “um destino que até há quatro ou cinco anos não tinha grande procura, e agora sim, é a ilha de São Miguel”, nos Açores, afirmou Nuno Aleixo.
“Está bastante positivo, embora estejamos a falar de ilhas portuguesas que estão com ocupações muito elevadas, mas muitas vezes por não continentais e, por isso, muitas vezes há dificuldade de conseguir encontrar produtos com preços atrativos porque os outros mercados [estrangeiros] têm normalmente um preço médio mais elevado”, explicou.
Nuno Aleixo disse ainda que Cabo Verde “também foi uma excelente surpresa”, assim como a forte aposta “nos mercados de Natal” da Europa.
“No nosso caso e por esta ordem em volume de passageiros: Madeira, Brasil, México, São Tomé, o Arquipélago das Bijagós na Guiné-Bissau, Ilhas Espanholas, Cuba e Marraquexe”, disse, por seu lado, o diretor comercial da Sonhando.
Na Solférias os destinos mais procurados este ano foram, segundo Sónia Regateiro, Brasil, seguido de Cabo Verde, Portugal Continental e Madeira, Disneyland Paris, Açores, e S. Tomé e Príncipe.
Por: Lusa