“Teremos um momento presente e o que fica para o futuro. Durante os dias da regata, ocupação de hotéis, restauração, animação e entretenimento, o que mexerá com toda a economia da ilha, assim como coloca Cabo Verde na centralidade do desporto náutico internacional, com ampla cobertura mediática”, afirmou hoje o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, após uma visita de três dias ao Mindelo.
O projeto “Ocean Race Village”, a instalar na zona da Matiota, ilha de São Vicente, foi apresentado na sexta-feira pelo Governo cabo-verdiano e pretende criar condições logísticas para receber a passagem, pela primeira vez por Cabo Verde, da 14.ª edição daquela regata, com partida prevista para 15 de janeiro de 2023 de Alicante, Espanha. Essa primeira etapa, de 1.900 milhas náuticas (3.520 quilómetros) termina na Baía do Mindelo, Cabo Verde, e a segunda, com destino à Cidade do Cabo, África do Sul, deverá iniciar-se em 25 de janeiro, depois da paragem de cinco dias em São Vicente.
A competição – que chegou a estar planeada para o período de 2021/2022, mas foi adiada para 2023 devido à pandemia de covid-19 – deverá percorrer ao longo dos seis meses de competição de volta ao mundo, por cerca de 32.000 milhas náuticas (59.296 quilómetros), em categorias separadas, até terminar no verão em Génova, Itália, quando se comemoram os 50 anos desta prova, segundo a organização.
No espaço da frente marítima na ilha de São Vicente está prevista a instalação de pontões para atracagem, além da reabilitação da zona em terra, estando previsto, segundo o Governo de Cabo Verde, o reaproveitamento de algumas infraestruturas agora a construir para o futuro clube náutico do Mindelo.
“Estamos em contagem decrescente a preparar a cidade do Mindelo para acolher e tirar maior proveito do Ocean Race em janeiro 2023. Comércio, abastecimento, restauração, hotelaria, serviços de entretenimento, animação cultural, eventos – Carnaval fora de época – e poder projetar São Vicente e Cabo Verde”, afirmou Ulisses Correia e Silva, sobre a apresentação do “Ocean Race Village”.
O chefe do Governo garantiu que o evento terá “um forte impacto” não só na ilha de São Vicente, como no país: “Para o futuro, é aproveitar ao máximo esta notoriedade e posicionar São Vicente como centralidade no turismo náutico, abrangendo o turismo de sol e praia, cultural e de cidade, a complementaridade com [a ilha vizinha de] Santo Antão, enfim, um turismo diversificado”.
A Ocean Race é a maior e mais antiga regata à vela de volta ao mundo.
Para Ulisses Correia e Silva, a passagem desta prova por Cabo Verde vai permitir colocar São Vicente no mapa dos desportos náuticos internacional, mas não só.
“É mais do que isso, porque estamos a preparar um conjunto de investimentos integrados dentro deste conceito de desenvolvimento da zona económica especial para que São Vicente seja dotada de uma zona infraestruturada para receber outros eventos ligados ao mar, pontões para iates, clube náutico. Trazer novamente a memória física, porque a memória coletiva existe, o aproveitamento da zona Matiota, do trampolim, com a requalificação do espaço, a ligação à beira-mar, entre Matiota e a praia da Laginha”, explicou o primeiro-ministro.