Cadeias de Cabo Verde têm uma população reclusa de 1567

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O primeiro Censo Prisional, realizada pelo Instituto Nacional de Estatística, deu a conhecer que nas cadeias do país estão privados de liberdade 1567 pessoas, sendo que a maioria são homens e foram detidos por crimes de roubo.

A informação foi avançada hoje à imprensa pela directora de Estatísticas do Instituto Nacional de Estatística, Naomi Ramos, na sequência da apresentação pública dos resultados do Censo Prisional e da socialização do Plano Nacional de Reinserção Social, organizado pelo Ministério da Justiça e Trabalho.

O primeiro Censo Prisional, realizado em 2018, segundo a mesma fonte, tinha por base fazer o levantamento do perfil sociodemográfico dos presos em todas as cadeias do país, nomeadamente a Cadeia Central da Praia e de São Vicente e as Cadeias Regionais do Fogo, Santo Antão e do Sal.

“O objectivo é fazer o levantamento desses indicadores que vão permitir ver qual a motivação para esses crimes cometidos por esses infractores e dar ao país indicadores que permitem traçar melhores políticas, quer na área de segurança, e, quer na questão de ressocialização dos presos quando saírem das cadeias”, afirmou.

O censo, realizado em Março de 2018, baseou-se no perfil demográfico, isto é, visava saber a idade dos presos, a questão da educação, a questão da convivência familiar, com quem viviam desde pequeno, os crimes cometidos, o uso de droga e outras substâncias, a motivação, entre outros.

De acordo com os resultados, a nível nacional estão em reclusão 1567 presos, sendo que desses 46 são mulheres e a maioria delas estão detidas por crimes de tráfico de estupefacientes.

Entretanto, a grande maioria dos presos, isto é, 1112 reclusos estão concentrados na Cadeia Central da Praia e desses apenas 35 são mulheres.

Em termos de idade, a maior parte dos reclusos masculinos têm entre 25-29 anos, e as mulheres a maioria tem idade compreendida entre 30-49 anos.

No que tange à superlotação, segundo Naomi Ramos, a maioria das cadeias está superlotada, com excepção do Sal que tem uma taxa de ocupação de 50%.

“A cadeia da Praia tem uma capacidade para 602 presos e no momento do censo estava com 1112 presos, que é quase o dobro da capacidade. O Sal tem uma capacidade para 250 pessoas e tinha na altura cerca de 165 presos. A Cadeia Central de São Vicente tem uma capacidade para 200 presos e na altura tinha 250 presos”, apontou.

Relativamente aos crimes, indicou, a grande maioria dos crimes cometidos são de roubo que representam 43 por cento, seguido de homicídio que se situa em 28%.

Em relação à motivação, a maioria não declara que seja por consumo de droga, mas sim por causa de consumo de bebidas, influência de amigos e ajuste de contas.

Os dados apontam ainda para uma percentagem significativa de presos que começaram a cometer os primeiros crimes a partir dos 15 e 21 anos, e mesmo que não tenham sido presos numa cadeia foram presos numa esquadra policial.

No que refere à educação, a taxa de alfabetização é elevada, ou seja, é de 88%, mas a maioria dos presos 50,2% têm o ensino básico e no momento da detenção apenas 7,4% estavam a frequentar o ensino.

Em relação ao contexto familiar antes da detenção, 41,0% dos reclusos viviam com os pais e 33,3% com família constituída e 13,8% viviam sozinhos.

A nível de nacionalidade, a maior percentagem dos reclusos são cabo-verdianos, isto é, 92,8% equivalente a 1454 pessoas, 4,5% (70) têm dupla nacionalidade, e 2,4% (38) são estrangeiros.

Em relação ao Estado civil, 786 vivem em união de facto, 700 reclusos são solteiros, 66 são casados e 15 são divorciados.

Com esses dados e depois de uma análise mais sociológica, Naomi Ramos afirmou que vão poder traçar o perfil dos reclusos no país.

Por: Inforpress