Cerca de 500 reclusos em fase final de cumprimento de pena vão beneficiar do projecto “Reabilitação e reintegração social dos reclusos através da formação profissional e da empregabilidade”, financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

A informação foi avançada hoje à imprensa pela ministra da Justiça, Joana Rosa, à margem da apresentação pública do projecto, que tem como objectivo principal reduzir a reincidência criminal e contribuir para a diminuição dos índices de criminalidade em Cabo Verde.

“Este projecto vai ser canalizado para cerca de 500 reclusos que estão na fase final do cumprimento de pena, vai trabalhar a formação profissional desses reclusos, mas fazer o redireccionamento dos mesmos para as pequenas unidades industriais dentro das cadeias”, explicou a governante.

A ministra destacou que o projecto de empregabilidade dentro das cadeias não só contribui para a reinserção social, mas também gera rendimento que poderá ser usado para cobrir parte das despesas das prisões e também para que os reclusos se autossustentem.

Integrado no Plano Nacional de Reinserção Social, o projecto visa não apenas a capacitação dos reclusos durante o cumprimento da pena, mas também a sua reintegração na sociedade após a liberdade.

As acções, segundo Joana Rosa, incluem formação profissional em diversas áreas, como panificação, corte e costura, artesanato, empreendedorismo, mecânica, eletricidade, canalização e agricultura.

Ademais, serão distribuídos kits e promovidos programas de autoemprego financiados pelo próprio projecto.

A par disso, apontou a ministra, o Governo tem em curso outras iniciativas, como o projecto “Mesa de diálogo”, que envolve empresários no processo de reinserção, incentivando-os a empregar ex-reclusos qualificados.

O Ministério da Justiça também está a trabalhar na melhoria das condições dentro dos estabelecimentos prisionais, com a contratação de mais técnicos sociais e um foco especial na saúde mental dos reclusos.

Estão previstas obras na Cadeia Central da Praia, incluindo a construção de 48 novas celas para garantir melhores condições de vida aos detidos.

Segundo Joana Rosa, a formação profissional, que já vem sendo ministrada em diversas áreas como mecânica, electricidade, canalização e agricultura, continuará a ser reforçada.

O projecto inclui uma equipa de acompanhamento para apoiar a reintegração dos reclusos no mercado de trabalho e combater o estigma que muitas vezes dificulta a sua aceitação na sociedade.

“Queremos reduzir a reincidência, combater a pobreza e a exclusão social, e devolver à sociedade jovens em idade activa que ainda têm muito a contribuir para a pacificação social e o desenvolvimento do país”, previu a governante.

Por: Inforpress