Cerca de 60 por cento (%) da estrutura das moedas em circulação corresponde a moeda de um escudo, revelou hoje a directora do Departamento de Emissão, Tesouraria e Sistemas de Pagamento do Banco de Cabo Verde (BCV).
Antónia Lopes falava aos jornalistas à margem do VI encontro de Emissão e Tesouraria dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre, na Cidade da Praia, de 24 e 25 de Setembro.
A directora assegurou que às dominações baixas constituem “um dos maiores desafios” dos bancos centrais dos países da CPLP, porque são moedas cujo custo é muitas vezes elevado e superior ao valor facial da mesma.
Segundo Antónia Lopes, as moedas de denominações baixas são as de um e cinco escudos e, devido ao valor baixo, as pessoas não dão o valor real e quando saem fora dificilmente retornam ao BCV na quantidade desejada, porque as pessoas guardam em casa ou perdem.
“Por exemplo, a moeda de 100 escudos, que tem um valor facial mais elevado, tem depósito no Banco de Cabo Verde, mas as moedas de um e cinco escudos são as de denominações de baixo custo e de baixo valor facial não retornam ao banco central”, explicou a directora, que adiantou que essa percentagem obriga os bancos a produzir moedas com mais frequência para repor o stock, com perda, já que esse custo é superior ao valor facial.
Por outro lado, a responsável esclareceu que hoje em dia os cabo-verdianos estão interessados em utilizar outros meios de pagamento, com os dados a indicaremm que há um aumento da utilização de outros meios alternativos, nomeadamente os cartões bancários.
Em relação à recolha das notas, adiantou que não existe um tempo limite, uma vez que tudo depende dos depósitos efectuados pelos bancos comerciais, ou seja, da dinâmica das operações de depósitos e levantamentos do numerário no BCV.
“Todas as notas ou qualquer numerário depositado no banco central, primeiro é tratado e só depois retorna à circulação e em termos de qualidade verificamos se tem condições para retornar à circulação ou não, caso não têm nós retiramos a nota ou moeda da circulação e em termos da genuinidade verificarmos se é verdadeira”, clarificou
Antónia Lopes acrescentou que no que diz respeito ao manuseamento estão a trabalhar no projecto de formação e informação do público como melhor forma de combater a contrafacção, já que el, em Cabo Verde, é reduzida e o impacto na circulação é “muito insignificante”.
O encontro de dois dias tem por objectivo estreitar laços de cooperação entre os bancos centrais, possibilitar uma reflexão conjunta sobre temas específicos da função emissão e tesouraria, por forma a se estabelecer estratégias de actuação em áreas de interesse comum.
“Situação actual da gestão do numerário desde o último encontro e projectos futuros”, “A emissão Monetária na zona UMOA, uma missão fundamental do BCEAO” E “Os desafios do saneamento do numerário: a gestão das notas e moedas de baixa denominação Banco de Cabo Verde”, são temas a serem debatidos no encontro.
Por: Inforpress






