Elly Paris, de 23 anos, começou no mundo da música aos 16 anos com participações em músicas de rappers cabo-verdianos.
De seguida começou a fazer as suas próprias musicas, tendo juntando-se a Djarilene Paris o que as levou a atuar no Festival Baía das Gatas. Também, no mesmo ano, em 2016, foram nomeadas para categoria revelação nos CVMA.
Elly foi a primeira artista cabo-verdiana a ser ela própria a protagonista de um beijo homossexual na historia dos vídeo clip’s em Cabo Verde.
Ergueu ainda um movimento feminista chamado ‘ninguém t manda nmim’ (ninguém manda em mim).
Já atuou em todas as ilhas e também na diáspora.
Atualmente com o novo coronavírus em Cabo Verde, ela assim como outros artistas estão sem poder atuar e é nisso que centramos a nossa entrevista com a cantora.
DTudo1Pouco: Depois da separação com a Djarilene Paris tens seguido carreia a solo. Como está?
Elly Paris: Contínuo com a mesma intensidade, tive varias conquistas e sou grata por isto, tenho um carinho especial pela trajetória que fizemos juntas, mas tudo tem um fim e aquele era o nosso.
DTudo1Pouco: O Covid-19 parou tudo. O que iria acontecer na tua carreira, caso não tivéssemos essa pandemia no Mundo?
Elly Paris: Estava no meio de uma gravação de um vídeo clip que pertence ao EP “4cara”, tive que interromper e arranjar outra alternativa para a captação, esta música chama-se “terra d’Cesária”
DTudo1Pouco: Vives da música! E agora? Não há espetáculos não há nada.
Elly Paris: Sim vivo da música e através da popularidade que ela me deu, faço algumas publicidades e tento aproveitar disto, mas em Cabo Verde viver da música é muito difícil e as vezes se torna desgastante.
DTudo1Pouco: O que tens feito nesta quarentena?
Elly Paris: Eu deito, treino (as vezes), leio, mas maioritariamente do meu tempo, estou na internet.
DTudo1Pouco: Como o Covid-19 tem estado a atrapalhar o teu trabalho?
Elly Paris: Com o dever e obrigação que nos todos temos de ficar em casa, todos os trabalhadores independentes acabam por ficarem afetados e não pode haver aglomerações de pessoas, então os shows foram cancelados e adiados por uma data indefinida ainda. Me preocupa não só por mim, mas para os outros artistas.
DTudo1Pouco: Como estão os São-vicentinos a reagir ao Covid-19?
Elly Paris: Aqui pelo que eu vejo as pessoas estão sim a contribuir, embora aqui só surgiu ate agora um único caso, mas as pessoas estão fazendo a parte delas.
DTudo1Pouco: De 11 para 55 casos positivos em Cabo Verde, uns culpam o governo e outros os trabalhadores do hotel Karamboa. Qual é a tua visão.
Elly Paris: É uma pandemia, não é hora de procurar culpados, a culpa não melhora o sistema de saúde, nem cura ninguém, o foco é na cura e na garantia de uma estadia digna em casa. Eu acredito em Cabo Verde, sei que os nossos governantes estão a fazer de tudo e os nossos profissionais da saúde também. Esta hora, eu tenho de ter confiança em quem pode mudar realmente a situação e mandar energias positivas para todos os envolvidos. É do nosso dever pedir que o governo cumpra a sua parte, mas devemos depositar confiança porque é tudo o que nos resta de momento. Posso mudar de ideias mas por enquanto é assim que eu penso.
Que planos para o futuro?
Elly Paris: Este ano vou lançar o meu EP e estou a explorar a área dos cuidados com o cabelo, que está a ter uma repercussão super positiva.