O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, admitiu hoje prolongar além de 30 de junho o modelo de ‘lay-off’, implementado para mitigar os efeitos económicos da pandemia de covid-19, nomeadamente para apoiar o setor do turismo.
“O ‘lay-off’ vai continuar para as empresas mais impactadas pela pandemia de covid-19, como é o caso do setor turístico. Os resultados do ‘lay-off’ são altamente positivos”, descreveu o governante, que é também ministro das Finanças, numa mensagem.
O modelo simplificado para suspensão dos contratos de trabalho em Cabo Verde entrou em vigor em 01 de abril, por um período de três meses (até final de junho), abrangendo as empresas que alegarem ser afetadas na sua atividade pela crise provocada pela pandemia, segundo o Governo.
“Facto é que se as medidas não forem alargadas no prazo, corre-se o risco de muitas empresas fecharem as portas e levar ao desemprego em massa em Cabo Verde. Daí que o Governo está a trabalhar no sentido de se alargar este mecanismo para além do dia 30 de junho, como previamente estipulado”, afirmou Olavo Correia.
Com esta medida governamental, aplicada para mitigar os efeitos da crise económica provocada pela pandemia de covid-19, os trabalhadores recebem 70% do seu salário bruto, que será pago em partes iguais pela entidade empregadora e pelo Estado, através do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
“Estamos a caminhar para 14 mil trabalhadores que já foram pagos com contribuição do INPS. E se tivermos em linha de consideração que Cabo Verde tem cerca de 20 mil pessoas que trabalham no setor do turismo e que perante esta disrupção total, até agora, tivemos cerca de 1.160 processos de subsídios de desemprego – significa que o resultado é altamente positivo”, defendeu o vice-primeiro-ministro.
Sobre o prolongamento desta medida, o governante explica que está a “ultimar a análise” do novo modelo, cujo “formato exato será comunicado nos próximos dias”.
“Mas há uma segurança absoluta em como as empresas mais impactadas vão contar com o apoio do Governo para que possamos proteger as pessoas, particularmente os rendimentos, através de mecanismos que possam evitar o desemprego e, particularmente, o desemprego em massa”, sustentou.
Olavo Correia defende que “nem todas as empresas estão nas mesmas circunstâncias”, pelo que “não podem ser tratadas da mesma forma”.
“Há aquelas que atuam em determinados setores, nomeadamente do Turismo, que ainda vão continuar a ser altamente impactadas e essas empresas devem e podem continuar a contar com todo o apoio do Estado de Cabo Verde”, justificou.
Cabo Verde recebeu um recorde de 819 mil turistas em 2019, setor que representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto do país, mas o arquipélago está fechado a voos internacionais desde 19 de março, para conter a pandemia, cenário que Olavo Correia já admitiu anteriormente que irá levar à perda de meio milhão de turistas este ano.
Cabo Verde regista um acumulado de 782 casos de covid-19 desde 19 de março, sete óbitos e 354 doentes recuperados.
Por: Lusa