O novo diretor-geral da Cooperação Económica e para o Desenvolvimento de Cabo Verde prometeu hoje, durante a tomada de posse, trabalhar com os parceiros para “equilíbrio económico” e reforçar as várias vertentes da política externa do país.
“Devemos continuar a trabalhar com os nossos parceiros para juntos encontrarmos um modelo ideal de equilíbrio das relações económicas e comerciais com Cabo Verde”, defendeu Carlos Fernandes Semedo, empossado no cargo, na cidade da Praia, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares.
Na sua intervenção, o Carlos Semedo defendeu ainda um modelo “mais sustentável”, bem como “repensar” as relações entre Cabo Verde e os Estados e inovar na forma como se comercializa e se promove o arquipélago.
“Por conseguinte, é imperativo trabalhar de perto com o setor privado nacional, estimulando as suas iniciativas económicas e comerciais e ajudá-lo a tirar o maior proveito do sistema multilateral do comércio, a explorar e a aceder massivamente a instrumentos de financiamento bilateral e multilateral da cooperação económica para o desenvolvimento”, sugeriu.
Caracterizando o atual contexto internacional “inseguro e incerto”, marcado pela guerra na Ucrânia, o diretor-geral disse que é necessário abordar a globalização de uma forma diferente, repensar as parcerias económicas e de desenvolvimento e procurar permanentemente soluções globais para minimizar os desafios atuais.
Também prometeu trabalhar para o reforço dos principais vetores da política externa de Cabo Verde, através da realização das suas várias dimensões, principalmente a económica e de desenvolvimento.
A posse foi conferida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, que considerou que a direção fica em “mãos seguras”, para desempenhar o seu “papel central” dentro da política externa e no programa do Governo.
O ministro disse que Carlos Semedo vai desempenhar duas diplomacias fundamentais, nomeadamente a económica, para, entre outras funções, mobilizar financiamento direto do exterior, e a diplomacia para o desenvolvimento, mais orientada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“No exercício do seu mandato, o diretor-geral deverá estar atento e procurar soluções inovadoras, atendendo, em primeiro lugar, ao contexto internacional extremamente mutante, em virtude da sucessão de crises que temos conhecido, e à condição insular e arquipelágica de Cabo Verde”, desafiou o chefe da diplomacia cabo-verdiana.
Carlos Fernandes Semedo, mestre em Relações Económicas Internacionais, que iniciou a carreira diplomática em 1997, foi o primeiro embaixador de Cabo Verde residente no Grão-Ducado de Luxemburgo, missão que terminou recentemente.
Foi, ainda o número dois da embaixada de Cabo Verde em Washington, entre 2002 e 2008, diretor-geral dos Assuntos Globais entre 2010 e 20015 e encarregado de negócios da embaixada de Cabo Verde na Costa do Marfim de 1999 a 2000.
Cabo Verde tem atualmente 22 representações diplomáticas e postos consulares, sendo 16 embaixadas em diferentes continentes, duas missões permanentes e três consulados de carreira ou consulados gerais.
Por: Lusa