O presidente da Comissão de Gestão da Federação Cabo-verdiana de Futebol, Mário “Donnay” Avelino acusou nesta terça-feira as direcções anteriores de “gestão danosa, com indícios de corrupção, contribuindo para a deficitária situação financeira”.
Em conferência de imprensa realizada no auditório da FCF, “Donnay” Avelino, esclareceu que a FCF está a ser investigada pela Secção Central de Investigação de Corrupção, Criminalidade e Financeira da Polícia Judiciária, sobre o alegado desaparecimento de 700 pares de equipamentos oficiais.
Revelou que a esta polícia cientifica “exige com a maior brevidade possível” o relatório de actividades de 2015, a relação de equipamentos oferecidos perla empresa Lacatoni (marca que veste os Tubarões Azuis) à FCF, o contrato de arrendamento ou de concessão do espaço comercial celebrado entre a FCF e o gerente/representante da Loja Azul, entre outros esclarecimentos.
Donnay Avelino culpabiliza ainda as direcções anteriores da FCF de adulterarem os dados dos jogadores de forma a permitir reduzir a idade dos atletas cabo-verdianos e mostra-se crítico com o que apelida de “dirigentes/empresários”, tendo sublinhado que este caso também está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Reafirmou a sua candidatura que considera “natural” para a presidência da FCF na Assembleia-geral extraordinária marcada para 28 do corrente, e disse que a federação nacional da modalidade passa por uma situação financeira crítica e deficitária, tendo esclarecido que para a realização da operação Senegal a Comissão de Gestão contou com “um empréstimo de 15 mil contos do Governo”, para ser saldado após a entrada da primeira verba proveniente da FIFA.
Entretanto, explicou que a FIFA tem bloqueada qualquer a verba à FCF por falta de prestação de contas durante a presidência de Victor Osório e assevera mesmo que a gestão federativa tem sido marcada por “esbanjamento” nos últimos mandatos e que após a entrada de Victor Osório a 11 de Abril de 2015, esbanjou-se entre 50/70 mil contos, alegadamente deixado pelo seu antecessor.
Mário Avelino recua no passado recente para pedir esclarecimentos e investigação da PJ sobre o “Caso Tunísia” por considerar haver necessidade de uma explicação convincente sobre a utilização irregular de um jogador (Fernando Varela) no jogo contra a formação do Magrebe, que colocou Cabo Verde fora do Mundial 2014.
Considera que no “caso Tunísia”, a FCF foi lesada em milhares de contos para prestação de serviços a advogados estrangeiros junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), alegando se tratar meramente de uma maneira de “tentar ludibriar” a opinião pública e diz que vai recorrer mesmo ao Ministério das Finanças para uma auditoria externa para o apuramento de “toda a verdade relacionada coma gestão danosa da FCF”.
Quanto à decisão do Tribunal que solicita a reintegração do secretário-geral da FCF, Adilson Gonçalves, demitido por Victor Osório, disse esperar por uma nova análise judicial por ter já um novo secretário-geral adjunto, mas acusou o anterior de estar directamente envolvido no “Caso Tunísia”.
A concluir, Donnay Avelino entende que durante os 41 dias mandato, a Comissão de Gestão da FCF, da qual preside, tem vindo a presentar “resultados extremamente positivos”.
Fonte: Inforpress