Quatro investigadores portugueses levaram equipamentos para a ilha do Fogo para medir sismos e deformações no solo do vulcão do Fogo.

A equipa é coordenada por Rui Fernandes, da Universidade da Beira Interior, que com os colegas vão colocar no terreno dez estações de sismografia e sete estações de geodesia espacial para monitorizar sismos e deformações no solo.
“Só podemos colaborar quando há um pedido e esse pedido foi feito [pelas autoridades de Cabo Verde]”, disse ao jornal PÚBLICO o geofísico João Fonseca, do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa. O cientista faz parte do consórcio Colaboratório para as Geociências (C4G), uma das infra-estruturas científicas nacionais, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que promovem a partilha de equipamento, informação e colecções na área das geociências e reúne o saber de vários laboratórios de estado e universidades portuguesas.
Depois do sismo de 1995, o Governo de Cabo Verde na altura implementou um sistema de monitorização com ajuda de Portugal, o que permitiu prever esta no erupção.
“Felizmente não houve perdas humanas”, diz o cientista João Fonseca, falando da erupção actual. “O mérito cabe às autoridades de Cabo Verde que estão a gerir isto de forma exemplar.” Mesmo assim, a progressão da lava desde domingo já destruiu 16 residências na localidade de Portela, 14 cisternas de água, 15 currais, duas casas de apoio à agricultura e uma vasta área rural e agrícola, adiantou a Lusa.