As Forças Navais dos Estados Unidos da América (EUA) defenderam hoje, na África do Sul, o reforço da segurança militar conjunta nas águas do continente africano para manter a estabilidade global.

“Acreditamos que a segurança nas águas de e para o continente africano é crítica para manter um ambiente global estável e seguro, mas devido à dimensão muito grande do continente e às complexidades e situações de segurança em todos os países, também reconhecemos que um país não pode fornecer essa segurança e proteção em todo o continente sozinho”, declarou o contra-almirante Chase Patrick.

Falando numa videoconferência de imprensa sobre o Exercício Obangame Express, patrocinado pelo comando dos EUA para África e conduzido pelas Forças Navais dos EUA em África até sexta-feira na costa ocidental africana, o comandante militar norte-americano adiantou que a troca de experiências “não é suficiente” para combater os crimes marítimos transnacionais nesta região do mundo.

“Este ano incluímos várias oportunidades de formação para forças marítimas e policiais na recolha e tratamento adequados de evidências [de crime]”, salientou o responsável do comando-geral das Forças Navais norte-americanas Europa-África, da Sexta Frota dos EUA, acrescentando: “O processo judicial ajuda a fechar o ciclo no trabalho árduo que tem sido feito no mar pelas nossas equipas”.

“Temos pessoal da guarda costeira dos EUA, bem como forças especiais do exército dos EUA a trabalhar em conjunto com os nossos parceiros e também agências como a Interpol e outras que prestaram formação em técnicas de processamento de banco de dados para acusação”, salientou, referindo-se à edição deste ano do exercício naval Obangame Express.

Questionado pela Lusa sobre os principais riscos à segurança marítima na África Austral, o contra-almirante norte-americano destacou “o tráfico de narcóticos ou formas ilícitas de tráfico no mar e segurança marítima”.

“E a pirataria, que continua a ser um problema, essas são as áreas em que ajudamos os nossos parceiros a cooperar e a melhorar a segurança contra alguns desses desafios”, avançou Chase Parick.

Participaram no exercício naval norte-americano nas proximidades de Angola, Benim, Cabo Verde, Camarões, Gana e Nigéria, cerca de 33 países, entre os quais nove europeus — Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Portugal e Espanha -, segundo o comando das Forças Navais dos EUA Europa-África.

O Exercício Obangame Express 2023, de 23 de janeiro até 03 de fevereiro, contou ainda com a participação das forças navais lusófonas do Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

A África do Sul, que decidiu organizar exercícios navais conjuntos com a Rússia e a China, este mês, e é um dos principais parceiros dos EUA no continente africano, não integrou o Exercício Obangame Express, indicou o contra-almirante Chase Patrick.

O exercício militar multilateral Mosi II, que se realiza no âmbito do Dia das Forças Armadas da África do Sul (21 de fevereiro), está agendado para de 17 a 27 de fevereiro em Durban e Richards Bay, província de KwaZulu-Natal, sudeste do país.  

Tem havido considerável oposição à presença naval russa, uma vez que o exercício militar coincide com o aniversário da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.

Por: Lusa