De acordo com o Inquérito Anual às Empresas, de 2020, divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde, o total de empresas ativas no país reduziu 0,5%, face às 11.174 em 2019, mas segundo o histórico do estudo, em 2011 esse número era de 8.957 empresas.
As empresas ativas em Cabo Verde geraram em 2020 mais de 238 mil milhões de escudos (2.152 milhões de euros) de volume de negócios, uma diminuição de 29,1% face ao ano anterior, antes da pandemia de covid-19, e que se verificou em todas as ilhas, segundo o INE, mas com maior incidência nas ilhas turísticas do Sal (-63%) e da Boa Vista (-49,2%).
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.
O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, e um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.
O número de empregados ao serviço das empresas cabo-verdianas no final de 2020 era de 71.377, menos 0,7% face a 2019, refere ainda o estudo do INE, acrescentando que das empresas ativas, 65% eram em nome individual ou sociedade unipessoais.
O inquérito anual do INE indica que 66% das empresas ativas no país em 2020 estavam concentradas nos setores do comércio (41%), alojamento e restauração (14,2%) e indústria transformadora (10,8%).
O comércio era também o maior empregador (23,1%) e o setor que mais volume de negócios gerou em 2020 (43,9% do total).
A maior faturação média por trabalhador em 2020 registou-se na ilha de São Vicente, 4.865.000 escudos (44 mil euros), e a menor na ilha do Maio, 953.000 escudos (8.620 euros). A ilha de São Vicente liderou também na faturação média por empresa em 2020, chegando a 38.912.000 escudos (352 mil euros).
Ainda segundo o estudo do INE, 67% das empresas ativas em Cabo Verde em 2020 eram lideradas por homens e 75% eram microempresas e apenas 2,4% podiam ser consideradas “grandes empresas”.
Por: Lusa