O Primeiro-ministro disse hoje, no Mindelo, que o lançamento das obras do Terminal de Cruzeiros é a concretização de um “compromisso importante” assumido com São Vicente e a realização de uma das principais vocações da ilha.
Ulisses Correia e Silva falava no acto de lançamento da primeira pedra das obras do Terminal de Cruzeiros, financiado em mais de 2,6 milhões de contos, e que será edificado num prazo de 22 meses pelo consórcio luso-cabo-verdiano constituído pelas empresas Mota-Engil e Empreitel Figueiredo.
Conforme o Primeiro-ministro, São Vicente é uma ilha com uma tradição e vocação secular no domínio do mar e dos transportes marítimos, fazendo a sua ligação com a economia.
Por isso, defendeu que com o lançamento da primeira pedra está-se a realizar um percurso que “bebe na história” e também mostra o “espírito de fazer subir” a ilha que, sublinhou, “ ao longo da sua história teve momentos de ascendência e de decadência que estavam muito ligados ao mar”.
“Hoje é um dia importante para São Vicente e nós estamos a cumprir um compromisso importante com a ilha, a realizar uma das suas principais vocações porque São Vicente é uma ilha com uma tradição e vocação secular no domínio do mar, dos transportes marítimos e a ligação com a sua economia”, disse .
“Agora estamos numa fase em que temos que subir.Fazer São Vicente acreditar e ser um elemento importante do processo de desenvolvimento do País, fazer investimentos que sejam assertivos e que façam com que a economia seja de facto um factor que modere as condições de funcionamento e de desenvolvimento da ilha em termos do impulsionamento do emprego, do crescimento e da redução da pobreza”, acrescentou.
Para Ulisses Correia e Silva, o Terminal de Cruzeiros é um investimento importante para a economia da ilha pelo seu valor, porque custa mais de 2,6 milhões de contos, e pelo seu impacto no sentido de posicionar São Vicente como o destino turístico de referência no País, na região africana e no Atlântico médio.
Neste sentido o chefe do Governo mostrou a necessidade de potenciar a ilha com investimentos, referindo que São Vicente precisa de aumentar o número de turistas para que possam visitar a ilha, gastar, entreter-se, ter acesso a serviços e a produtos diversos e viabilizar mercados, desde o agroalimentar, das indústrias criativas, dos produtos de pescas e para transformar o Carnaval numa indústria, de facto.
O Terminal de Cruzeiros, explicou, vai permitir com que se possa, dentro do conceito da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente (ZEEMSV) fazer complementaridades e integração com as economias das ilhas do norte do País como, São Vicente, Santo Antão e São Nicolau e a reserva de Santa Luzia integrando os circuitos no âmbito da economia marítima.
Ulisses Correia e Silva informou ainda que o Governo está a preparar um “conjunto de investimentos, dentro do conceito da ZEEMSV, para que a ilha seja adoptada de um conjunto de infra-estruturas para receber outros eventos ligados ao mar, além “da Regata Ocean Race, a maior do mundo e que vem trazer notoriedade e colocar São Vicente no mapa dos desportos náuticos”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente (CMSV), Augusto Neves, sustentou que a construção do Terminal de Cruzeiros é sinal de que “os investimentos devem ser aplicados nos locais certos para o desenvolvimento acertado do arquipélago”.
Destacando que Mindelo “tem potencialidades naturais e qualidades humanas para triunfar”, o autarca defendeu a necessidade de um “diálogo constante e total engajamento entre as instituições do Estado para transformar essas potencialidades da ilha em oportunidades concretas de desenvolvimento económico, turístico, social e cultural”.
Para o administrador executivo da Enapor, Irineu Camacho, o projecto do Terminal de Cruzeiros “simboliza a fronteira entre o antes e o depois no desenvolvimento de São Vicente, e de Cabo Verde ”, o que para ele reafirma, “a importância do sector marítimo portuário no desenvolvimento do País”.
Os trabalhos da construção do terminal vão envolver a conquista de um terrapleno, denominado “Ponte Terrestre”, com 2.700 metros quadrados, a dragagem de aproximadamente 124 mil metros cúbicos na bacia portuária e no canal de acesso, e a reabilitação do cais número 09, que passará a servir navios de recreio de pequeno porte.
A obra, que é co-financiada pelo Fundo Orio, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional, prevê ainda a construção de um molhe de atracação de 400 metros de comprimento com uma profundidade de 11 metros a norte e nove metros a sul, e uma gare de passageiros com 900 metros quadrados de área e respectivo ordenamento exterior, com a inclusão de um parque de estacionamento.
Por: Inforpress