FCBB: “O basquetebol não é só Afrobásquete, o resto que se “lixe””

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A Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCBB) enviou uma carta a todas as associações regionais de basquetebol expondo o seu ponto de vista e pedindo apoio.

Nesta carta, que o DTudo1Pouco teve acesso, a FCBB diz que quer que o basquetebol seja uma modalidade praticada em todas as ilhas de Cabo Verde com igualdade de oportunidades para todas as crianças e jovens praticantes e atletas.

Com isto, em Maio de 2016 estiveram [a FCBB] em todas as ilhas onde promoveram e dinamizaram a modalidade com o slogan “basquetebol para todos”.

Apesar de já terem dito que vão abandonar o cargo, a direcção da FCBB pretende ainda neste mes de Fevereiro retomar as visitas às associações regionais de Fogo, Brava, Maio, S. Nicolau, Sal, Boavista e Santiago Norte “para verificarmos as necessidades e as dificuldades das associações regionais”.

“Queremos com estas visitas, criar condições de igualdade entre as associações, porque o basquetebol não é só Afrobásquete, o resto que se “lixe”.

Na carta, a FCBB recorda que nas eliminatórias para o apuramento para o AfroBasket 2015, quem venceu os jogos foram os jogadores residentes em Cabo Verde. “E na hora de representar o país na fase final do Afrobásquete na Líbia, esses jogadores residentes foram deixados de fora, em detrimento, do grupo que esteve em 2013 e 2015, que trouxeram classificações de 6.º e 10.º lugar respectivamente, esbanjando um enorme valor financeiro na má preparação da selecção nacional, sem resultados positivos, que poderiam ser utilizados na construção de parques desportivos, aquisição de materiais desportivos para as ilhas, o que permitia aumentar a qualidade técnica dos nossos potenciais atletas com talento”.

“É este mesmo grupo de atletas, que estão todos na faixa etária dos 28 a 35 anos, que querem que a FCBB satisfaça os seus caprichos, em detrimento da melhoria da prática desportiva nas Associações Regionais, aumentando a dívida, perdendo a credibilidade perante fornecedores e instituições nacionais e internacionais”, diz a Federação.

Federação esta, que diz que tem uma divida de 4.500.000$00 com a FIBA, cerca de 10.000.000$00 da dívida interna relativamente ao Afrobásquete de 2011, 2013 e 2015 e campeonatos nacionais, que não foram pagos porque não havia dinheiro para gastar e o que havia foi mal gasto.

A FCBB afirma que “querem [os jogadores] que voltamos a aumentar a dívida para satisfazer esse grupo de jogadores que, no seu entender, o mais importante é o seu bem-estar, e depois logo se vê como pagar ou não pagar”.

Voltando as Associações, A FCBB diz que entregou a algumas associações bolas e algum equipamento desportivo e que as ilhas do Fogo e Maio vão receber, como as outras ilhas.

Entre outras promessas desta direcção da FCBB estão aposta no Minibásquete, coordenador em todas as ilhas para captura de talentos e apoio as actividades das Associações Regionais.

A FCBB termina a carta dizendo que conta com as Associações Regionais.