A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar (FICASE) pretende apoiar cerca de 96 mil crianças com alimentação no próximo ano letivo, cujas aulas começam em 01 de outubro, admitindo, no entanto, que os beneficiários poderão vir a aumentar.
“Apesar de ainda não se conhecer o número de alunos que, este ano, vai às aulas em regime presencial, a previsão da FICASE é apoiar cerca de 96 mil alunos”, anunciou a organização, indicando que tem o orçamento habitual entre 50 a 60 milhões de escudos (443 a 544 mil euros).
Além da alimentação escolar desde o pré-escolar ao 8º ano de escolaridade, a FICASE referiu que há outros programas de apoio às crianças, como em materiais escolares, devendo beneficiar 30 mil alunos.
Na mesma nota publicada nas suas páginas oficiais, a Fundação cabo-verdiana adiantou que está a trabalhar com os delegados escolares para saber os cenários e a forma de fazer chegar os apoios às crianças.
“Neste momento, a maior preocupação é fazer chegar a alimentação às crianças dos jardins infantis até ao 8º ano de escolaridade”, considerou o presidente da FICASE, Albertino Fernandes, citado na nota.
O próximo ano letivo em Cabo Verde começa em 01 de outubro, anunciou há um mês o Ministério da Educação, que no entanto admitiu alterações em “função da evolução da situação sanitária”, nacional e por ilhas.
O calendário geral do ano escolar arrancou em 24 de agosto e o ano letivo, com o início das aulas, será daqui a um mês, ainda segundo o Ministério da Educação, que anunciou aulas presenciais e à distância.
“Vamos trabalhar num novo desenho, em que a educação à distância é complementar da educação presencial”, afirmou a ministra da Educação, Maritza Rosaball, em julho, durante o debate anual sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional.
Por considerar a educação presencial importante, a ministra disse que as turmas vão ser desdobradas, com um sistema presencial mais alargado, já que as condições físicas e o número de pessoas o permitem.
“Teremos um sistema de menos horas presenciais, sempre complementado pela educação à distância”, garantiu a ministra.
Devido à pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Educação de Cabo Verde implementou durante o terceiro trimestre do último ano letivo um programa educativo denominado “Aprender e estudar em casa”, em alternativa ao encerramento das escolas, em 20 de março, para impedir a transmissão da doença no arquipélago.
O programa consistiu em aulas na televisão, na rádio e noutras plataformas e decorreu até finais de junho.
O Ministério da Educação explicou que desenvolveu o programa para que os estudantes pudessem manter o vínculo com o meio educativo e o contacto com os docentes e os conteúdos de ensino-aprendizagem, enquanto estão em casa por causa das restrições impostas para evitar a propagação do novo coronavírus.
Cabo Verde conta com um acumulado de 3.884 casos da doença desde 19 de março, dos quais 928 permanecem ativos, 40 morreram e 2.916 foram dados como recuperados, enquanto dois cidadãos estrangeiros infetados foram transferidos para os países de origem.
A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Por: Lusa