O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a Guiné-Bissau acelere para 4,5% e 5% neste e no próximo ano, conseguindo também conter a inflação nos 5% e 3% em 2023 e 2024.

No relatório sobre a África subsaariana, divulgado hoje no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, o FMI estima que a economia da Guiné-Bissau regresse a uma taxa de crescimento mais próxima da média entre 2011 e 2019, anos em que cresceu, em média, 3,9%.

Para este ano, o FMI prevê uma expansão de 4,5%, que terá um ligeiro avanço para 5% em 2023, ano em que a inflação deverá descer dos 7,9% registados em 2022 para 5%, caindo ainda mais, para 3%, no próximo ano.

Na tabela com os indicadores macroeconómicos das economias africanas, o FMI mostra que prevê que a dívida pública registe uma melhoria, passando de 79,5%, no ano passado, para 76,5% este ano e 74,7% em 2024, ainda assim bem acima da média registada entre 2011 e 2019, quando este rácio da dívida sobre o PIB esteve, em média, nos 55,6%.

O FMI defende que os países da África subsaariana devem melhorar a gestão financeira, conter a inflação, permitir ajustamentos cambiais e garantir que as alterações climáticas não afastam verbas das despesas básicas.

No relatório sobre a região, divulgado hoje no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, o Fundo elenca quatro prioridades para os governos africanos tentarem ultrapassar os desequilíbrios macroeconómicos num contexto de limitações no financiamento.

“Consolidar as finanças públicas e fortalecer a gestão financeira pública num contexto de difíceis condições de financiamento vai depender de uma contínua mobilização dos recursos, melhor gestão dos riscos orçamentais e uma gestão a dívida que tem de ser mais proativa”, escrevem os peritos do Fundo no relatório, que prevê um crescimento de 3,6% para a África subsaariana este ano e 4,2% em 2024, e que tem como título ‘O Grande Aperto no Financiamento’.

A segunda das quatro prioridades tem a ver com a inflação, que subiu para 105 no ano passado e deverá abrandar para cerca de metade este ano: “A política monetária tem de ser cautelosamente dirigida até a inflação estar firmemente numa trajetória descendente e em linha com as metas do banco central”, lê-se no relatório.

Permitir a flutuação da taxa de câmbio, e ao mesmo tempo mitigar os efeitos adversos na economia, “incluindo o aumento da inflação e da dívida devido a depreciações na moeda” é a terceira tarefa prioritária dos governos da África subsaariana, uma região onde o FMI tem em curso mais de 20 programas de assistência financeira, quase metade dos total dos 54 países da região.

O financiamento climático é a última das áreas prioritárias de ação, na qual o FMI defende que “as alterações climáticas e o financiamento para as combater e mitigar não devem afastar despesa das necessidades básicas”, exemplificando com a saúde e a edução.

Por: Lusa