Governador do BCV disse que ainda não recebeu a proposta do Novo Banco português para venda de 90% do Banco Internacional de Cabo Verde

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O Governador do Banco de Cabo Verde (BCV), João Serra, disse hoje que ainda não recebeu a proposta do Novo Banco português para venda de 90% do Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) a uma sociedade constituída no Bahrein.

Quarta-feira, o Novo Banco informou que vendeu 90% do Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) a uma sociedade constituída no Bahrein, no Médio Oriente, a IIBG Holdings.

No texto enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco frisa que fica com 10% do banco e que a concretização da compra e venda encontra-se «dependente das necessárias aprovações, nomeadamente junto do Banco de Cabo Verde».

Questionado nesta quinta-feira pelos jornalistas após audição na comissão parlamentar de inquérito sobre o Novo Banco de Cabo Verde, o governador disse que ainda não recebeu o dossier do banco português.

«Em seu devido tempo, certamente irão apresentar o dossiê e o BCV fará a devida análise no estrito cumprimento das normas aplicáveis e decidirá em conformidade», referiu João Serra.

O governador do banco central cabo-verdiano adiantou que não há um prazo definido para o Novo Banco apresentar a proposta, mas garantiu que «o negócio nunca ficará consumado sem o aval do BCV».

«Qualquer acionista pode negociar e venda/alienação das suas participações (num banco) como bem entender. Mas a última palavra cabe sempre ao regulador», sustentou.

Sem adiantar o valor do negócio, o Novo Banco considerou que a transação «representa mais um importante passo no processo de desinvestimento de ativos não estratégicos» da entidade, prosseguindo assim a «estratégia de foco no negócio bancário doméstico».

O governador do Banco de Cabo Verde havia dito em 8 de março que depois de chumbada em 2016 a venda do BICV ao empresário português José Veiga, não recebeu – à época – mais nenhum pedido de autorização para alienação do banco.

O empresário português José Veiga tinha pedido autorização para adquirir a totalidade das ações do BICV, mas a venda foi chumbada pelo supervisor cabo-verdiano, depois de o Banco de Portugal também se ter oposto à operação.

Fonte: Lusa