O ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros considerou hoje a polémica sobre o terreno vendido ao diplomata José Manuel Pinto Teixeira como “rumores e intrigas” contra Cabo Verde.
Fernando Elísio Freire fez essa consideração à imprensa, quando convidado a pronunciar-se sobre os comentários da eurodeputada Ana Gomes, sobre o terreno disponibilizado na Prainha, Cidade da Praia, ao diplomata José Manuel Pinto Teixeira, ex-representante da União Europeia em Cabo Verde.
“Trata-se de rumores e intrigas, mas Cabo Verde, como um país sério, constituído por cidadãos honrados, não se vai envergar ao que nenhuma entidade pode pôr em causa”, disse.
Segundo o ministro, havendo dúvidas sobre a polémica que se instalou a propósito da questão em apreço, a Câmara Municipal da Praia pode colocar à disposição dos cabo-verdianos todas as informações sobre a mesma.
Quanto as declarações da eurodeputada, não teceu quaisquer comentários, afirmando apenas que “Cabo Verde é um país credível, com homens e mulheres honrados, que precisa de parceria de todos, mas que não vende os seus valores”.
Lembrou ainda que o arquipélago “é um país transparente” que aplica os valores da paz, liberdade e da democracia em todo o lado, pela transparência como funciona.
Quanto à polémica, referiu que o MpD já deu a sua opinião e que “mais não necessita”.
É de recordar que a polémica deve-se ao facto do ex-representante da União Europeia em Cabo Verde, no fim da missão, ter “recebido”, da Câmara Municipal da Praia, um lote de terreno de 960 m2, na zona nobre da Prainha, para uso pessoal.
Em causa, está uma comunicação da eurodeputada socialista Ana Gomes ao Gabinete Antifraude Europeu, em que a parlamentar denúncia suspeitas de benefício pessoal e favorecimento na alegada compra de um terreno, na capital cabo-verdiana, pelo ex-representante da União Europeia em Cabo Verde, José Manuel Pinto Teixeira.
Na mesma comunicação, Ana Gomes adianta que existe, em Cabo Verde, a “percepção generalizada de que [o embaixador] foi instrumental na vitoria do MpD (2016), com contribuições estratégicas e financeiras”, assinalando que, “alguns círculos acreditam que a compra do terreno é uma recompensa pelo apoio político”, adianta.
O Movimento para a Democracia (MpD) considerou hoje “graves” e “atentatórias do bom nome” dos dirigentes do partido e da imagem de Cabo Verde as declarações da eurodeputada Ana Gomes sobre o alegado favorecimento ao ex-representante da União Europeia.
O PAICV, oposição cabo-verdiana, por sua vez, questionou hoje a “lisura e transparência” da venda do referido, considerando “infelizes” as declarações do partido do Governo sobre a eurodeputada Ana Gomes.
Por: Inforpress