O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje que o Governo vai decretar dois dias de luto nacional, terça e quarta-feira, pela morte do Papa Francisco.

Ulisses Correia e Silva fez estas declarações à imprensa, quando reagia à morte do Papa Francisco, ocorrida esta manhã, expressando em nome do Governo, as sentidas condolências a Igreja Católica e todos católicos cabo-verdianos.

A morte do Papa Francisco, segundo o chefe do executivo, representa uma grande perda para a humanidade e para a Igreja Católica.

“Papa Francisco foi um grande combatente pela transparência, a moralidade na igreja, um grande combatente também pela paz, dignidade dos imigrantes, o combate pelo planeta face às mudanças climáticas. Efectivamente, estamos perante um bom homem, um bom pastor que deixa marcas muito relevantes e marcantes no seu tempo”, declarou.

Ainda de acordo com Ulisses Correia e Silva, o Papa Francisco deixa marcas relativamente àquilo que é a perspectiva de futuro que, acrescentou, seja da maior paz, esperança, liberdade e engajamento e solidariedade a nível mundial.

Lamentou, por outro lado, o facto da visita do Papa Francisco a Cabo Verde quando ainda vivo não ter se concretizado, afirmando que essa era uma grande esperança, mas depois com o tempo tornou-se quase uma impossibilidade devido à fragilidade e problemas de saúde que o Papa enfrentava.

A 14 de Fevereiro, Francisco foi internado na Policlínica Gemelli, em Roma, devido à bronquite. Dias depois, Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma infecção polimicrobiana do trato respiratório e, dias depois, com uma pneumonia bilateral.

Em 2024, Francisco passou também por algumas questões de saúde, com algumas gripes e infecções respiratórias a fazerem com que precisasse de ajuda para ler textos em audiências ou noutros eventos.

Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de Dezembro de 1936, em Buenos Aires, capital da Argentina, e foi ordenado a 13 de Dezembro de 1969, durante os estudos na Faculdade de Teologia do colégio de São José, em São Miguel de Tucuman (norte da Argentina).

Em 1969, viajou para Espanha, onde cumpriu o seu terceiro período de preparação sacerdotal na Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid. Em 1972, regressou à Argentina para ser professor de noviços na localidade de São Miguel de Tucuman.

Entre 1980 e 1986, desempenhou as funções de reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel. Concluiu o doutoramento na Alemanha, e foi também confessor e diretor espiritual da Companhia de Jesus, em Córdova (Espanha).

A nomeação como bispo aconteceu a 20 de Maio de 1992, quando o Papa João Paulo II lhe confiou a diocese de Auca e o tornou bispo auxiliar da diocese de Buenos Aires.

Cinco anos mais tarde, em 1997, foi nomeado arcebispo coauditor de Buenos Aires e em 1998, depois da morte do arcebispo e cardeal Quarracino, subiu a arcebispo da capital argentina.

O cardeal argentino integrava a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, do Conselho pontifício para a Família e a Comissão Pontifícia para a América Latina. Foi presidente da conferência de bispos na Argentina, entre 8 de Novembro de 2005 e 8 de Novembro de 2011.

A 13 de Fevereiro de 2013, dias depois da renúncia de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o próximo Papa, após cinco votações, no quinto dia do conclave.

A escolha do jesuíta, na altura com 76 anos, acabou por surpreender os especialistas, já que não era dos mais novos do colégio cardinalício.

Além disso, foi eleito o primeiro papa latino-americano da História, facto comentado imediatamente por Francisco quando dirigiu as primeiras palavras enquanto Papa, a partir da varanda da Basílica de S. Pedro, no Vaticano.

Por: Inforpress