Governo de Cabo Verde justifica aumento de desemprego com aumento de pessoas que saíram à procura de emprego

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O Governo de Cabo Verde justificou ontem, segunda-feira, o aumento da taxa de desemprego de 2,6 pontos percentuais em 2016 com o aumento de pessoas que saíram à procura de emprego, ou seja, que passaram de inactivos para activos face a 2015.

José Gonçalves

Em conferência de imprensa para reagir aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na passada sexta-feira, que apontaram para o aumento de número de desempregados de 27.599 para 36.955, o ministro da Economia e do Emprego, José Gonçalves, disse que o número de pessoas que passaram de inactivos para activos aumentou de 1.319 em 2015 para 18.443.

Conforme explicou, “é considerado desempregado pessoas com idade entre 15 e 65 anos que não trabalharam uma hora na semana em que se realizou o inquérito, que procurou emprego nas quatro semanas anterior à semana do inquérito e alguém que está disponível para aceitar o emprego imediatamente”.

Segundo acrescentou com esta metodologia prescrita pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), quem não trabalha e não cumpriu esses três critérios é enquadrado no grupo de inactivos pelo inquérito.

Citando dados do INE, José Gonçalves disse que de 2015 para 2016 o número de inactivos diminuiu de 158.910 para 140.453.

“A diferença é precisamente as 18.443 que saíram à procura de emprego, quando de 2014 para 2015 apenas 1.319 é que passaram de inactivos para activos. Quer dizer muita pouca gente foi à procura de emprego em 2015 ao passo que muita gente, quase 18 vezes mais, foi à procura de empregos em 2016”, justificou.

José Gonçalves garantiu que em 2016 não houve perdas de postos de trabalho e, pelo contrário, avançou que foram criados mais 15.240 empregos, um aumento em mais de 30 por cento face ao ano de 2015 que foram de 11.654 postos de trabalho.

“Como explicar o aumento de emprego em mais de 30 por em 2016 sobre 2015 e ao mesmo tempo que a taxa de desemprego aumentou também em 2,58%”, questionou, apontando para a questão da “confiança e da esperança”.

“São pessoas que antes não eram capitadas pela estatística e que foram capitadas. Os 18.443 trabalhadores que antes estavam sem esperança, mas que por acreditarem na seriedade e no compromisso deste Governo em criar 45.000 postos de trabalho durante este mandato de governação saíram á procura de emprego”, salientou o governante.

O ministro frisou que com a criação dos 15.240 empregos em 2016 o executivo cumpriu, em menos de 1 ano, a meta estabelecida pela legislatura de criar 45.000 postos de trabalho.

“Este é o maior número de emprego criado nos últimos seis anos e ultrapassa em mais de 30 por cento o número de emprego mais alto atingido durante o mandato do anterior Governo em 2015, que foi de 11.654. Mais de um terço da nossa meta estabelecida”, disse.

O responsável pela pasta do emprego aproveitou para renovar o compromisso do Governo em tudo fazer para durante o mandato apoiar e incentivar o sector privado a criar emprego e autoemprego para que aqueles que estão no desemprego encontrem o trabalho digno.

Fonte: Inforpress