O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) apela em comunicado divulgado na internet ao respeito pelo espírito da Lei da Paridade e correcção de “desequilíbrios de género” na política em Cabo Verde.
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Reage assim o ICIEG ao facto de que dos 22 candidatos anunciados oficialmente pelo Movimento para a Democracia (MpD-poder) às próximas eleições autárquicas até agora todos são homens. Situação que leva a instituição a concluir que “as mulheres ficaram fora da lista”, deixando, conforme se lê, a presidente do ICIEG, Rosana Almeida, “insatisfeita com o sinal político dado”.
“Cabo Verde teve até hoje apenas cinco mulheres na liderança das câmaras municipais. Cenário que o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade de Género esperava ver contornado nas próximas eleições autárquicas, tendo em conta o compromisso assumido, publicamente, pelos partidos políticos cabo-verdianos que votaram de forma expressiva a Lei da Paridade a 31 se Outubro de 2019”, prossegue.
Para o ICIEG, diz a mesma fonte, a luta travada em finais do ano passado foi no sentido da correcção dos desequilíbrios de género, para garantir igualdade de acesso e de oportunidade entre homens e mulheres deste arquipélago “que sempre caminharam lado a lado na construção de um Cabo Verde mais justo e democrático”.
“O lema escolhido pelo ICIEG para a campanha até à Paridade foi precisamente “A hora é agora” a pensar nos próximos pleitos eleitorais. É hora de Cabo Verde promover maior justiça social e reverter o desequilíbrio gritante de acesso a cargos de decisão por parte de mulheres”, defende.
O ICIEG diz na mesma nota que gostaria de ver reflectido nas listas o espírito de igualdade “tantas vezes referido” aquando do debate da lei, “para além de se fazer jus aos compromissos assumidos ao mais alto nível partidário e que vai no sentido de fazer da democracia nacional uma “referência mundial a nível da igualdade””.
“As mudanças fazem-se com atitudes e comportamentos e o não posicionamento das mulheres como cabeças de lista para as autarquias revela-se um mau sinal”, finaliza.
A Lei da Paridade de Género, aprovada há cerca de seis meses no parlamento, obriga a que pelo menos 40% dos candidatos às eleições autárquicas de 2020 no país sejam mulheres.
Por: Inforpress





