Um atleta do clube Morabeza foi detido este domingo, no intervalo de um jogo entre este clube e o Benfica de Nossa Senhora do Monte, gerando vários rumores e acusações ao corpo da Polícia Nacional da ilha.
Carlinhos Duarte, treinador da equipa de Morabeza, contou revoltado que, à vista de todos, dois policiais entraram no campo de jogo, durante o intervalo e prenderam o jogador Sérgio Daniel Oliveira, mais conhecido por Di, que estava enquadrado nos 11 do clube, o que deixou todos os presentes “incrédulos” com o sucedido.
Segundo o treinador, as informações que ele teve sobre a detenção do indivíduo desta forma é que ao mesmo tinha-lhe sido dado voz de prisão, no sábado à noite, e que “supostamente” este pôs-se em fuga. Facto que Carlinhos estranha, pois, para ele, “em plena rua não tem fuga”.
A mesma fonte adiantou ainda que no campo tem um juiz, que é o árbitro da partida, que estava presente no acto e que se dirigiu aos agentes, dizendo-lhes que “não poderiam prender um jogador dentro do campo”.
“Sem mandado do Ministério Público e não acatando a opinião do juiz da partida”, o treinador acusa os policiais de “uso e abuso do poder” e de terem detido o indivíduo com todo o “show off”, sem obedecer a nenhum corpo directivo presente no estádio.
O sucedido, segundo o treinador, colocou o torneio em causa, visto que o jogo de domingo já não se concretizou, devido “à ausência do jogador e à revolta causada mesmo nos outros atletas da equipa e adversários, sem deixar de lado o público aí presente”.
Mas, conforme o mesmo, a equipa directiva está apurando os factos e vendo os trâmites legais, porque “se um cidadão está em fuga, os agentes da polícia nacional devem ter algum mandado e legitimidade para o deter”.
Ante os factos, a Inforpress procurou o comandante da esquadra policial da Brava, Arlindo Sanches, que explicou os motivos desta detenção.
“O indivíduo encontrava-se num baile na localidade de Cova Rodela no sábado e tendo-se envolvido numa briga, a polícia interveio, tentando aconselhá-lo, mas este continuou no desacato e a polícia teve que detê-lo para fazer a revista de segurança e colocá-lo na cela da viatura para ser conduzido à esquadra, demonstrando resistência, acabou por fugir”, contou Sanches.
Ainda, de acordo com o comandante, a uma certa distância dos policiais que deram a voz de prisão, o indivíduo proferiu “várias ofensas e ameaças” e pôs-se em fuga, mas o mesmo “continuou sob detenção”.
Desta forma Arlindo Sanches, adiantou que não foi uma arbitrariedade porque o indivíduo estava a monte mas continuava detido. “Caso fosse uma situação que tinha acontecido dentro do campo de jogo, era o árbitro que decidia o momento que a polícia interviria, mas este facto aconteceu fora do recinto e ele estava detido”.
Sanches diz convicto que os seus agentes agiram dentro da lei, não cometendo nenhuma arbitrariedade ou abuso de autoridade. “Localizaram o detido, capturaram-no e conduziram-no à esquadra policial conforme manda a lei”.
O indivíduo continua detido, aguardando a sua apresentação ao tribunal.
Por: Inforpress