Janira Hopffer Almada eleita vice-presidente da Internacional Socialista

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A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), na oposição, foi eleita vice-presidente da Internacional Socialista.

A eleição de Janira Hopffer Almada ocorreu na reunião do conselho da Internacional Socialista, que teve lugar nos dias 11 e 12 de Julho, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

«Este é, inequivocamente, um ganho extraordinário para Cabo Verde, para o PAICV e para a líder, pois esta eleição representa a ascensão ao mais elevado a cargo alguma vez ocupado por um partido político em Cabo Verde, na arena internacional, e também o mais elevado cargo que o PAICV já conseguiu a nível mundial, no seu longo percurso na Internacional Socialista», adianta o PAICV em comunicado.

Para o PAICV, a eleição de Janira Hopffer Almada como vice-presidente da Internacional Socialista a nível mundial significa ´um grande reconhecimento´ do país e do partido, para o qual ´muito contribuíram o facto de ser das poucas mulheres a assumir a liderança de um partido histórico´.

A Internacional Socialista é uma organização de partidos sociais-democratas, socialistas e trabalhistas que existe, com o atual figurino, desde 1951 e integra 150 partidos, de mais de 100 países e de todos os continentes.

O PAICV foi admitido na Internacional Socialista no Congresso de Berlim, em 1992, sob a liderança de Pedro Pires e com o apoio dos partidos socialistas português e francês e do partido social-democrata da Alemanha (SPD).

O PAICV já assumiu a vice-presidência do Comité África da Internacional Socialista e organizou várias reuniões desse Comité em Cabo Verde. Integrou também o Comité de Ética da organização, que decide sobre as adesões e exclusões.

O anúncio surge no fim de semana em que o Conselho Nacional do Partido está reunido, na cidade da Praia, para analisar a situação política nacional e definir as linhas gerais para as reformas em curso, nomeadamente a reforma do parlamento, revisão da Constituição, revisão do Código Eleitoral ou regionalização.

No final do primeiro dia de reunião, no sábado, o porta-voz do Conselho Nacional manifestou a “profunda preocupação” do partido pelo aumento do desemprego e a insegurança no país.

A reunião do Conselho Nacional ocorre também numa altura em que as divergências internas voltam a fazer sentir-se, com demissões e troca de acusações entre militantes do partido, que em 2016 passou à oposição depois de 15 anos no poder.

O Conselho Nacional recomendou, por isso, um trabalho conjunto ´para criar um ambiente de diálogo, que possa favorecer a pacificação e ultrapassar questões conjunturais e pessoais´, para que seja possível centrar-se ´na organização do partido, no seu fortalecimento, coesão e unidade´ e apresentar ´uma oposição forte, credível e que esteja efetivamente ao serviço dos cabo-verdianos´.

Fonte: Lusa