O futebolista luso-cabo-verdiano Rúben Semedo, do Olympiacos da Grécia, criticou a advogada portuguesa Suzana Garcia por ter chamado o povo cabo-verdiano de “gentalha” ao comentar o caso da morte do jovem Luís Giovani Rodrigues num programa da estação de televisão portuguesa TVI.
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Em 21 de dezembro de 2019, o estudante cabo-verdiano do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) Luís Giovani dos Santos Rodrigues terá sido agredido por vários homens à saída de uma discoteca da cidade.
Transportado para o Hospital de Santo António, no Porto, o estudante de 21 anos acabou por morrer em 31 de dezembro.
O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária portuguesa.
“Devemos deixar a Justiça fazer o seu trabalho normalmente, sem paixões”, apelou o chefe da diplomacia cabo-verdiana, numa altura em que estão convocadas para os próximos dias manifestações de solidariedade, nomeadamente na Praia, Londres, Luxemburgo, Paris e em cidades portuguesas.
Luís Filipe Tavares apontou o “comportamento exemplar” das autoridades portuguesas no acompanhamento deste caso e agradeceu “todas as manifestações de carinho” recebidas pelo Governo cabo-verdiano, nomeadamente do primeiro-ministro português, António Costa, e de Augusto Santos Silva.
Assumiu que nesta fase a prioridade é o apoio à família do jovem estudante, no processo de transladação do corpo para Cabo Verde, onde é esperado, para o funeral na ilha do Fogo, até quinta-feira, e na disponibilização de apoio jurídico no processo judicial que se segue.
“A justiça portuguesa funciona muito bem, Portugal é um Estado de Direito Democrático como Cabo Verde e não há razões para grandes preocupações”, afirmou Luís Filipe Tavares.
Ainda assim, e face aos alegados contornos deste caso, assume compreender a “indignação das pessoas”.
“É uma morte bárbara e que todas as pessoas condenam, e bem, o que aconteceu”, disse ainda.
Em declarações na segunda-feira aos jornalistas no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, garantiu o empenhamento na descoberta dos “autores das agressões”, apesar de estar a investigar o crime “há muito poucos dias”.
O jornal Público noticiou que a PJ aponta para “um motivo fútil” e afasta a tese de ódio racial associada à morte do estudante cabo-verdiano, nomeadamente nas redes sociais.
O diário indica também que “a autópsia foi inconclusiva, não esclarecendo se a morte foi provocada pela agressão ou pela queda” na rua, onde o jovem foi encontrado inanimado.
Por: DTudo1Pouco/Lusa