Liga NOS: Cabo-verdiano Sandro Mendes já não é treinador do V. Setúbal
O Vitória despediu Sandro Mendes a seguir ao empate a zero de ontem, frente ao Marítimo e a decisão merece críticas por parte de José Mourinho.
«Acho que é uma injustiça. Sandro é um rapaz da cidade, que se formou como jogador no clube e que até foi vendido com bom encaixe financeiro para o Vitória de então. Recordo que regressou a Setúbal como jogador e que fez história no clube, ganhando taças. E quando este estava num momento difícil, apesar de estar longe de pensar em fazer carreira como treinador, foi chamado, respondeu afirmativamente e salvou o clube da descida de divisão. E este ano, tendo em conta as saídas e a qualidade das entradas, mantinha a equipa numa situação classificativa de acordo com o seu potencial. Era, portanto, previsível que esta época o Vitória não iria novamente descer de divisão», analisou Mou, em declarações divulgadas pela sua assessoria.
Apesar de crítico, Mourinho não foi apanhado de surpresa.
«Não, porque no futebol já nada me surpreende. Mas Setúbal é uma cidade pequena e nela já corriam rumores sobre a saída de Sandro. Constava-se mesmo que a saída não só estava preparada como, inclusivamente, estava já decidida a entrada de outro treinador ainda antes do afastamento deste. Pelos vistos não eram só rumores, era o que estava a acontecer. Mas no futebol, repito, nada me surpreende», lamentou o treinador, falando, em seguida, mais na condição de adepto.
«Obviamente que para mim, enquanto vitoriano, independentemente de quem é o presidente, o treinador ou os jogadores, o que me interessa e mais gosto é que o meu clube ganhe. Naturalmente, como setubalense, tal como o Sandro, e pela maneira como nós setubalenses sentimos o Vitória, fico triste com a sua saída. E sobretudo pela forma como ela aconteceu. Quando um treinador é despedido imediatamente a seguir a um jogo, ainda por cima um jogo que, não tendo sido bom, esteve de acordo com o potencial evidenciado pela equipa, um jogo em que o Vitória não foi derrotado e cujo resultado mantém a equipa com os mesmos pontos de equipas do meio da tabela, muitas delas com um potencial muito superior ao do Vitória, parece que quase se esperava por uma não-vitória para se fazer esta mudança.»
Por: A Bola