Jovem perdeu a vida depois de uma viagem de evacuação de barco que a levaria para o Sal

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Uma jovem de 30 anos, natural da ilha de Santiago, que residia na ilha da Boa Vista foi transferida esta quinta-feira, numa embarcação para o hospital do Sal e acabou por falecer, na madrugada deste sábado.

Os familiares acusam a Binter de negar a evacuação ao paciente entre a vida e a morte. A vítima deu entrada no Centro de Saúde da Boa Vista com uma gravidez ectópica, na quarta feira com um quadro muito crítico e no dia seguinte foi transferido à noite para ilha do Sal, numa embarcação de transporte de cargas.

Mas ao que se sabe, a paciente tinha indicações médicas para ser evacuada via área, o que segundo os familiares não chegou a acontecer, porque a companhia Binter alegou que estava lotada e nenhum passageiro quis ceder o lugar.

Segundo os familiares, Eloisa Teixeira teve várias complicações durante a viagem no alto mar e chegando ao hospital do Sal foi submetida a uma intervenção cirúrgica e teve complicações cardíacas e não resistiu.

“Mais quanto paciente terá de morrer nestas situações. Mais quanta pessoa será negada a evacuação para morrer à míngua no alto mar ou não chegar a tempo de ser salva”, questiona Aleida Martins, irmã da vítima.

Sem adiantar muitos detalhes, a delegada da Saúde, Mïrïän Delgado confirma que a paciente necessitava de ser evacuada e que a via marítima mais uma vez foi a solução que tinha a seu dispor.

Eloisa deixa dois filhos menores.

Salienta-se que em poucos meses vários doentes já foram transferidos da Boa Vista para hospital do Sal via marítima e alguns porque a companhia Binter deixou o paciente no aeroporto Aristides Pereira.

No mês passado também uma mãe perdeu bébe, após ser evacuada para Sal numa embarcação da polícia nacional.

Por: Elsa Vieira