O presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva, assumiu hoje o objetivo de o partido vencer as duas próximas eleições em Cabo Verde e que seria “excelente” chegar este ano às 20 câmaras municipais.
A posição foi manifestada em entrevista à agência Lusa por Ulisses Correia e Silva, de 57 anos, que é também primeiro-ministro de Cabo Verde desde 2016 e que lidera a única lista candidata nas eleições do MpD agendadas para 09 de fevereiro, tendo por isso a recondução no cargo garantida.
Na moção que apresenta aos militantes, Ulisses Correia e Silva assume que o novo ciclo eleitoral 2020/2021 (eleições autárquicas este ano e legislativas em 2021, além de presidenciais), “exige união, coesão, alinhamento, confiança e muita determinação”.
Questionado pela Lusa, Ulisses Correia e Silva concretizou: “Intensificar a ação governativa até ao último dia do nosso mandato de governação e intensificar a ação política do partido e do sistema MpD para vencer as eleições autárquicas e legislativas”.
E para tal, explicou, isso “pressupõe reforçar a união, a coesão e o alinhamento do sistema MpD, confiança e determinação para vencer e continuar a servir Cabo Verde”.
Cabo Verde conta com 22 municípios e prevê realizar no segundo semestre deste ano as oitavas eleições autárquicas da sua história. Destas, 18 autarquias são controladas pelo MpD, duas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e duas por independentes.
“Será um muito bom resultado ganhar as eleições nos 18 municípios onde o MpD é poder autárquico e será excelente ganhar mais duas câmaras”, sublinhou Ulisses Correia e Silva.
Já sobre as eleições presidenciais de 2021, que vão encerrar este ciclo eleitoral, o líder do MpD afirma que a Comissão Política e a Direção Nacional do partido “ainda não se debruçaram” sobre o assunto, nomeadamente eventuais candidatos a apoiar. “Estamos focados nas autárquicas. Cada coisa no seu lugar e no seu momento próprio”, insistiu.
Questionado pela Lusa sobre o nome de Carlos Veiga, ex-primeiro-ministro pelo MpD e embaixador cessante de Cabo Verde nos Estados Unidos, que já admitiu refletir este ano sobre uma candidatura presidencial, Ulisses Correia e Silva insiste que ainda não é tempo ainda para comentar.
“Não faço comentários e nem considerações sobre nomes de potenciais candidatos quando nem o doutor Carlos Veiga se pronunciou ainda. No momento próprio saberão a posição do MpD sobre as presidenciais”, afirmou.
Numa legislatura fortemente marcada pelas divergências com a oposição, liderada pelo PAICV — que foi poder de 2001 a 2016 -, o presidente do MpD e chefe do Governo prefere sublinhar os entendimentos alcançados.
“Não faço a avaliação da oposição. Os cabo-verdianos na altura própria farão. Nós temos um regime de parlamentarismo mitigado. O essencial do diálogo e das concertações faz-se ao nível do parlamento. Lembrar que já aprovamos leis que exigem maioria qualificada de dois terços, o que pressupõe os votos da oposição”, concluiu.
Nas duas primeiras eleições internas, no MpD, Ulisses Correia e Silva também concorreu sozinho e conseguiu 98% dos votos em 2013 (substituindo Carlos Veiga) e 99% em 2017. A candidatura de Ulisses Correia e Silva já traçou o objetivo para este ato eleitoral de ter novamente a confiança dos cerca de 30 mil militantes e um “resultado muito forte e robusto”.
Depois da eleição do presidente, o MpD vai realizar a sua XII convenção nacional, entre os dias 06 e 07 de março, para eleger os órgãos do partido.
Por: Lusa