O presidente disparara um tiro na cabeça, na manhã de quarta feira, por ser iminente a sua detenção no âmbito do processo pelos subornos que pagava a multinacional Odebrecht a diversas figuras destacadas da política latino-americana.
A polícia apresentou-se na residência do antigo presidente, para executar um mandado de captura, à 6h30 da manhã (11h30 GMT).
O advogado de Alan Garcia declarou, segundo citação da Agência France Press que “o presidente tomou a decisão de disparar uma bala [na cabeça]. Foi depois transportado, em estado grave, para o hospital Casimiro Ulloa, foi alvo de três tentativas de reanimação após outras tantas paragens cardíacas e acabou finalmente por falecer.
Alan Garcia, de 69 anos, fora presidente do Peru em dois mandatos intercalados: 1985-1990 e 2006-2011. Ultimamente, vivia em Espanha e viajara no ano passado ao país de origem para testemunhar em tribunal. Mas ficara aí retido, com proibição de regressar, devido ao processo por corrupção.
Em dezembro de 2018, sob a pressão das investigações sobre o caso Odebrecht, o ex-presidente pedira asilo ao Uruguai e permanecera durante 16 dias na Embaixada desse país em Lima. Durante esse período, o Governo uruguaio examinou o dossier de Garcia, para depois concluir que não lhe concederia asilo.
A Odebrecht, multinacional brasileira do ramo da construção, investira ao longo de uma década pelo menos 788 milhões de dólares em subornos, para influenciar as decisões de políticos no sentido de lhe serem atribuídos contratos numa dezena de países latino-americanos.
Desse bolo, 29 milhões foram parar a responsáveis peruanos entre 2005 e 2014 – período em grande parte coberto pela segunda presidência de Garcia. Sobre o ex-presidente e 21 outras pessoas pesa a suspeita de terem proporcionado uma concessão portuária à empresa holandesa ATM Terminals em 2011.
Por: RTP