O Ministério Público cabo-verdiano acusou de crimes de tráfico de estupefacientes agravado e de associação criminosa 11 cidadãos russos detidos em janeiro num cargueiro no porto da Praia com quase dez toneladas de cocaína a bordo.
Segundo o comunicado, após concluídas todas as diligências, o Ministério Público determinou o encerramento da instrução no dia 29 de julho, tendo deduzido acusação e requerido julgamento em processo comum e com intervenção do Tribunal Coletivo. Estão acusadas as 11 pessoas detidas desde janeiro e “que, à data dos factos, exerciam funções no navio”. Estão “fortemente indiciados” da prática de um crime de tráfico de estupefacientes agravado em coautoria material e concurso real com um crime de adesão à associação criminosa.
Como pena acessória, o Ministério Público pede ainda a “expulsão judicial dos arguidos do território cabo-verdiano”.
Foi ainda pedido que sejam declarados como “perdidos a favor do Estado” todos os objetos, bens e produtos apreendidos no âmbito da operação, desde logo o navio cargueiro “ESER”, de 100 metros de comprimento e peso total de 3.800 toneladas, além de telemóveis, computadores portáteis, telefone satélite e equipamentos GPS, “por terem servido para a prática do crime em causa”.
O cargueiro que transportava a droga, oriundo da América do Sul, tinha como destino a cidade de Tânger, no norte de Marrocos, segundo um comunicado divulgado pela Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde logo após a operação.
O barco fez uma escala no Porto da Praia para cumprir os procedimentos legais relacionados com a morte a bordo de um dos tripulantes.
“Todavia, antes, a PJ já estava na posse de informações de que se tratava de uma embarcação suspeita de transportar uma quantidade indeterminada de estupefacientes”, referiu, na mesma ocasião, aquela polícia de investigação.
A operação “ESER” foi desenvolvida na sequência de um processo de instrução resultante da troca de informação operacional com o MAOC-N (Maritime Analysis and Operations Centre – Narcotics), com sede em Lisboa.
Na operação de busca, descarga, acondicionamento, transporte e guarda do produto apreendido, a PJ contou com a cooperação e o suporte técnico da Polícia Judiciária portuguesa, da polícia francesa, bem como de forças de segurança nacionais, designadamente as Forças Armadas e a Polícia Marítima.
Por: Lusa