A proposta de resolução do PAICV (oposição) sobre medidas para se fazer face ao mau ano agrícola foi hoje chumbada pelo grupo parlamentar do MpD (poder), com o Governo a considera-la “inútil”.
O agendamento, em regime de urgência, da proposta do diploma foi rejeitado com 37 votos contra do grupo parlamentar do Movimento para a Democracia e 27 votos a favor, sendo 24 do Partido Africano da Independência de Cabo Verde e três dos deputados da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição).
“A proposta é estéril em termos de novas soluções e novas ideias e confunde tudo aquilo que tem a ver com a mitigação, com as questões que têm a ver com a resiliência”, afirmou o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, referindo-se ao diploma apresentado pelo grupo parlamentar do PAICV.
Na sua declaração do voto, o vice-líder da bancada do PAICV, Rui Semedo, argumentou que a questão do mau ano agrícola é “tão grave” e, como tal, “deve envolver toda a sociedade cabo-verdiana e o Parlamento não deveria ficar alheio a esta problemática”.
“Qualquer medida que tenha a missão de ajudar os agricultores na resolução dos problemas graves que enfrentam é sempre bem-vinda”, concluiu Semedo.
Por sua vez, o deputado da UCID António Monteiro foi na mesma direcção que os parlamentares “tambarina”, apoiando o agendamento da proposta.
Segundo António Monteiro, “há gado a morrer em Santo Antão e em Santiago”, indicando que o programa de emergência do Governo, de acordo com os criadores de gado visitados, “não tem nada de emergência”.
Emanuel Barbosa, do grupo parlamentar do MpD, explicou que os colegas do partido votaram contra a proposta do PAICV, pelo facto de não serem “demagógicos nem populistas”.
“Votamos contra porque o plano de emergência do Governo é suficiente e veio em tempo oportuno para fazer face à situação da seca”, alegou o porta-voz do MpD, acrescentando que a proposta do PAICV é “apenas um instrumento par fazer politiquice”.
Por: Inforpress