Os jogadores da selecção cabo-verdiana masculina de basquetebol, que representaram o país no Mundial, denunciam a “falta de respeito do Governo” no “incumprimento dos compromissos assumidos”, face ao não desbloqueio total das verbas assumidas para as despesas básicas.

“Em nome de todos os 15 atletas que estiveram presentes no mundial da FIBA 2023, dizemos BASTA e pedimos respeito pelo nosso trabalho e pela nossa entrega. Merecíamos mais respeito e valorização”, escrevem os jogadores em comunicado de imprensa.

Um mês depois do término do campeonato, lê-se na comunicação, o Governo ainda não transferiu o montante total do orçamento previsto e aprovado para a competição, razão pela qual os atletas dizem, lamentar “profundamente, ver a Federação endividada e sem condições para pagar a totalidade dos prémios e ajudas de custo aos atletas.

Considerando que representaram o país “com dignidade e orgulhosamente” no maior palco de basquetebol mundial, dizem constatar que “o nosso mérito e entrega ao desporto nacional, os resultados alcançados que superaram até mesmo a FIBA não foram suficientes para acelerar o desbloqueio da verba destinada a liquidar as despesas básicas.

Reclamam “o custo das passagens de regresso do Japão, que ronda os 6 mil contos e os prémios e ajudas de custos previstos para todos os atletas que totalizam também cerca de 6 mil contos” e esclarecem que “este montante já devia ser pago à Federação desde Maio ou Junho “.

“Esse dinheiro nunca chegou a tempo e quando chegou veio uma parte, pois a seleção, nos primeiros dias de treino, nem sequer tinha dinheiro para adquirir o essencial aos atletas que se encontravam em estágio, nomeadamente água. Mesmo perante todos esses inconvenientes nunca deixamos de trabalhar arduamente e com afinco para representar de forma digna o nosso País”, lê-se na missiva.

Os mesmos dizem-se orgulhosos de terem feito “todo um percurso de mais de dois anos, seis janelas de qualificação até ao Mundial 2023 sem sequer receber uma gratificação e ajudas de custo, tudo isso “por amor a Cabo Verde e à bandeira” que representam.

“Após a qualificação foi nos prometido um prémio de qualificação por parte do Governo que nunca se chegou a materializar. Hoje, um mês depois do mundial, ainda estamos à espera dos prémios e das ajudas de custo”, acusam, recordando que fizeram de “Cabo Verde o país mais pequeno de sempre a estar num mundial” e a ganhar um jogo nesta competição.

Esta proeza, explicitam, fez de Cabo Verde o terceiro país com maior subida no ‘ranking’ da FIBA (19 posições) após o mundial e, lembrando que antes disso, já tinha subido 46 posições a quando da classificação para o mundial”.

Os 15 jogadores serviram, ainda deste comunicado para agradecer ao povo cabo-verdiano, dentro e fora do país, pela forma entusiasta como os encorajaram durante a sua participação no Mundial de Basquetebol, no Japão e dizem agradecer “humildemente, e com imensa gratidão aos que lhes apoiaram para que a essa participação se efectivasse.

Por: Inforpress