O Governo português e os parceiros sociais não chegaram a acordo na Concertação Social sobre o aumento do salário mínimo nacional no próximo ano, avançando assim apenas o aumento proposto pelo Governo, sem apoio dos parceiros sociais, dos actuais 557 euros para 580 euros já a partir de 1 de janeiro.
Depois de mais uma reunião dos parceiros sociais, não houve consenso para acompanhar a proposta do Governo de que o salário mínimo aumente de 557 para 580 euros. O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, considerou que as exigências dos empregadores foram excessivas e que eram “absolutamente inaceitáveis” para o Executivo.
O ministro Vieira da Silva explicou no final da reunião que o valor do aumento do salário mínimo não foi propriamente tema de discussão, apesar de poucos minutos antes o secretário-geral da CGTP ter falado em oportunidade perdida para que o aumento fosse para os 600 euros já no próximo ano (que o Governo prevê que aconteça apenas no último ano da legislatura).
“Não houve por parte de nenhuma associação empresarial nenhuma afirmação que o valor proposto pelo Governo era um valor inaceitável. Na parte sindical houve pressão da CGTP de que deveria ser mais alto. Como sabem, este valor corresponde aquilo que está previsto no programa de Governo e, pela análise que fomos fazendo ao longo do ano, chegámos à conclusão de que seria um valor assimilável pela economia portuguesa sem danos e que seria um fator positivo do ponto de vista económico e do ponto de vista social”, disse.
O secretário-geral das CGTP expressou uma visão algo diferente. No final da reunião da Concertação Social, o sindicalista disse que se perdeu uma oportunidade para que o salário mínimo pudesse subir para 600 euros já no próximo ano, mas prometeu que a CGTP tudo fará para que no próximo ano as empresas façam esse trabalho por si.
Fonte: Observador