A SAD do FC Porto foi esta sexta-feira condenada a pagar cerca de dois milhões de euros (ME) pela divulgação dos “emails” do Benfica, de acordo com a sentença lida pelo juiz José António Rodrigues da Cunha.
No processo movido pela SAD do Benfica, que reclamava 17,7 milhões de indemnização, foram condenados a SAD azul e branca e o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ao pagamento de 523 mil euros por danos patrimoniais emergentes e 1,4 milhões por danos não emergentes, pela divulgação da correspondência, enquanto o presidente do clube, Pinto da Costa, os administradores dos “dragões” Fernando Gomes e Adelino Caldeira e o Porto Canal foram absolvidos.
Em causa está a divulgação de correio eletrónico por Francisco J. Marques no programa televisivo Universo Porto da Bancada, do Porto Canal, entre abril de 2017 e fevereiro de 2018.
A sentença foi lida pelo juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, José António Rodrigues da Cunha, no Porto.
No processo, a SAD encarnada corresponsabilizava por “danos de imagem” causados pela divulgação dos emails a homóloga do FC Porto, o presidente da SAD e do clube, Pinto da Costa, os administradores Fernando Gomes e Adelino Caldeira e o diretor de comunicação, Francisco J. Marques, além da FCP Media, empresa detentora da estação televisiva Porto Canal.
O Benfica alegava que a divulgação dos “emails” lhe afetou a credibilidade, prejudicando os seus interesses comerciais e chegando a provocar a queda de cotação das ações da Sociedade Anónima Desportiva.
Já o FC Porto defendeu ter-se limitado a divulgar informação de interesse público, alegando o correio eletrónico divulgado revelou práticas deturpadoras da verdade desportiva.
Os “dragões” vão recorrer para o Tribunal da Relação do Porto pela condenação ao pagamento de cerca de dois milhões de euros pela divulgação dos “emails” do Benfica, anunciaram hoje os “dragões”, em comunicado.
“O FC Porto não se conforma com esta decisão, que penaliza a divulgação de informação que o próprio tribunal reconheceu como verdadeira, e por isso vai recorrer para o Tribunal da Relação do Porto”, lê-se no sítio oficial do clube na Internet.
“O FC Porto reitera que todas as divulgações efetuadas no Porto Canal foram sempre realizadas ao abrigo do direito à informação e da salvaguarda da verdade desportiva, à imagem do que tem sido feito por órgãos de comunicação social de prestígio de países civilizados, como é o caso da revista alemã Der Spiegel, e tendo em conta a jurisprudência dominante nas instâncias judiciais europeias em relação a estas matérias”, rematou o FC Porto.






