Opinião: Hoje queremos uma África cujo desenvolvimento é impulsionado pelas pessoas, contando com o potencial do povo africano

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Hoje é o dia da Celebração do nosso continente e continuamos a assistir uma “fuga” inconcebível dos Africanos para outros continentes a procura de melhores condições de vida.

A cena vivenciada recentemente e que de certo modo chocou alguns observadores atentos foi de ‘imigrantes’ marroquinos a tentar chegar a Europa por vias denominadas ‘invasivas’ e que até teve reações a alto nível do governo espanhol.

Claramente que a Europa esquece, e tem sido constante esse esquecimento, da sua “invasão intencionada” do nosso continente e das consequências devastadora para que tal trouxe ao continente e ao seu povo.

Aos nossos lideres pede-se politicas de integração e diplomacia econômica que promova “Uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos seus próprios cidadãos, representando uma força dinâmica na arena internacional”.

A Agenda 2063, o quadro estratégico comum para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável, foi elaborada e aprovado em 2015 através de um processo orientado pelo povo e adaptada em Adis Abeba, Etiópia, pela 24.a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, na sequência de consultas extensivas com todas as composições da sociedade africana.

Ainda temos uma memória fresca e para os Pan-Africanistas, mais do que uma proclamação, houve uma manifestação visionária do Continente que nós queremos e no que concerne à sua relação com o mundo de uma “África como actor, unida, resistente, forte e influente e parceira a nível mundial”.

Passados são já 6 anos desta proclamação e somos todos os dias chamados, como Africanos, a trabalhar para a “A AFRICA QUE QUEREMOS”. Hoje mais do que nunca queremos uma “África cujo desenvolvimento é impulsionado pelas pessoas, contando com o potencial do povo africano, particularmente, das mulheres e dos jovens…” A nossa juventude é chamado a ser uma juventude transformadora e impulsionadora do desenvolvimento.

Resta perguntar se a nossa juventude Africana, a juventude Cabo-verdiana em particular, conhece e se reconhece nas aspirações do nosso continente e das atribuições que ‘A Agenda 2063’ lhe concede no caminho da autonomia diplomática, política, econômica e social do continente.

Necessário é claramente a “criação de oportunidades para auto-realização da juventude africana, acesso à saúde, educação e empregos e garantia da proteção e seguranças das crianças africanas…”.

SOMOS ÁFRICA E A ÁFRICA SOMOS NÓS!

Por: Luciano Santos/EkonomiKos