O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) felicitou hoje o país pelo terceiro pacote do Millennium Challenge Corporation, alegando que ascende os desafios internos da boa governação, partilha de informações e reforço da democracia.
O presidente do partido, Rui Semedo, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, justificou que Cabo Verde ao ser contemplado com o este novo compacto, significa que soube utilizar de forma “racional, criteriosa e transparente” os outros que recebeu, que porém, coloca desafios em investir na qualidade da democracia e melhorar a partilha e propostas de desenvolvimento.
“Isto é razão de satisfação até porque Cabo Verde anda atrás da mobilização de financiamento para materialização dos seus objectivos de país desenvolvido e que tenha condição de melhorar a qualidade de vida dos cabo-verdianos” indicou, sublinhando que a oposição não foi informada do dossiê.
Para o maior partido da oposição, o novo compacto imputa maior rigor e eficiência nos investimentos, e um mecanismo mais “afinado” na prestação de contas para que, acentuou, Cabo Verde continue a ser respeitado e com uma governação baseada em valores e princípios.
“Isso abriu as portas para o primeiro compacto, consolidou as portas para o segundo, e eventualmente estará a contribuir para o terceiro compacto”, frisou, avançando que o Governo deveria partilhar e envolver o país na candidatura.
De acordo com Rui Semedo, a fase de construção dos projecto e identificação das realizações e dos destinos dos recursos para as ilhas deverá ser uma fase de um profundo diálogo nacional que envolva universidades, académicos, organizações da sociedade civil, a diáspora e que envolva também os partidos políticos.
Cabo Verde foi seleccionado pelo Conselho de Directores do Millennium Challenge Corporation (MCC) para um novo compacto no quadro do programa de concessão de cinco anos, um “passo em frente” na concretização dos objectivos partilhados com o desenvolvimento e um futuro mais promissor para Cabo Verde e fortalecer a resiliência económica e social do país.
De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos, Cabo Verde, “antigo parceiro na implementação de compactos”, foi seleccionado em reconhecimento do compromisso claro do país com a governação democrática e os seus significativos desafios de desenvolvimento e redução da pobreza.
“Com esta nova parceria, o MCC apoiará Cabo Verde na geração de crescimento económico através de uma integração mais profunda com a região da África Ocidental”, lê-se no documento partilhado com a Inforpress que não adianta, entretanto, o valor a ser disponibilizado.
O programa MCC foi criado em 2004 pela administração do Presidente George W. Bush para criar novas práticas na ajuda ao desenvolvimento dos países emergentes.
Em 2004, Cabo Verde foi contemplado com um primeiro compacto no valor de 110 milhões de dólares americanos que beneficiou de forma directa ou indireta 384 mil pessoas, ou seja 75 por cento da população cabo-verdiana.
Em 2011 o país beneficiou de um segundo pacote do MCC, no valor de cerca de 66 milhões de dólares.
Por: Inforpress





