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Parcialmente absolvido. P. Diddy condenado por crimes de prostituição mas escapa a prisão perpétua

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Foto: Danny Moloshok – Reuters

O rapper norte-americano P. Diddy escapou à prisão perpétua ao ser absolvido, esta quarta-feira, das acusações de tráfico sexual e extorsão, as mais graves do processo. O compositor e produtor foi, no entanto, considerado culpado de dois crimes de transporte de pessoas para fins de prostituição, o que pode resultar em 20 anos de cadeia.

Após semanas de depoimentos e discussões intensas, os 12 jurados chegaram a um veredicto esta quarta-feira relativamente ao julgamento de Seand Combs, um dos produtores musicais mais famosos e bem sucedidos nos Estados Unidos.

Combs, também conhecido pelo seu nome artístico P. Diddy, foi considerado inocente de tráfico sexual e conspiração para extorsão e crime organizado, um crime punível com prisão perpétua, mas culpado de transportar pessoas para prostituição.

P. Diddy foi acusado de forçar mulheres — incluindo a sua namorada de 2007 a 2018, a cantora Cassie Ventura, e uma ex-namorada mais recente, que testemunhou sob o pseudónimo de “Jane” — a participar em maratonas sexuais enquanto ele se masturbava ou filmava. Diddy foi ainda acusado de montar uma rede criminosa, que liderava, para organizar estas maratonas, conhecidas como “freak-offs”.Combs escapa, assim, à prisão perpétua, mas arrisca a ser condenado a 20 anos de prisão pelas duas acusações de deportação para fins de prostituição. O juiz distrital dos EUA, Arun Subramanian, determinará a sentença de Combs mais tarde.
 
Esta é, por isso, uma meia vitória para Combs. “Vou para casa em breve”, disse o rapper quando foi anunciada a sentença, sorrindo e apertando as mãos dos familiares e advogados. Sean Combs juntou as mãos num gesto de prece, enquanto olhava para o júri, e abraçou o advogado de defesa, relatou a agência noticiosa Associated Press. 
 
O advogado de P. Diddy, Marc Agnifilo, pediu a liberdade condicional do cantor e produtor, o que foi contestado pelos procuradores. Agnifilo pede que Combs seja libertado sob uma fiança de um milhão de dólares enquanto aguarda a sentença, o que pode demorar meses. 
O que esteve em causa neste julgamento?
 
O julgamento – que durou sete semanas e teve uma grande cobertura mediática – centrou-se nas alegações dos procuradores de que, durante duas décadas, Combs usou o seu império empresarial para forçar mulheres a participar em maratonas sexuais com duração de vários dias, conhecidas como “Freak Offs”, com profissionais do sexo em quartos de hotel, enquanto Combs assistia e filmava, usando os vídeos como forma de chantagem.

Segundo os procuradores, P. Diddy usou violência física e ameaças para coagir duas das suas ex-namoradas (Cassie Ventura e “Jane”) a participar nas “Freak Offs”.

Cassie e “Jane” testemunharam que Combs ameaçou cortar o seu apoio financeiro e divulgar os vídeos se estas deixassem de participar nas maratonas sexuais.

Os procuradores alegaram que Combs usou o seu império empresarial e funcionários para ajudar a organizar as festas e encobrir os seus abusos, o que, segundo eles, equivalia a uma conspiração para extorsão. Combs, de 55 anos, que não testemunhou em tribunal, declarou-se inocente e negou qualquer irregularidade.
 
Os jurados assistiram a gravações destas maratonas sexuais, bem como a imagens de vigilância de um hotel de Los Angeles que mostram o magnata do hip-hop a arrastar Cassie para o chão e a espancá-la.

No entanto, o tribunal de Nova Iorque declarou não ter provas de que Diddy tinha obrigado as duas ex-namoradas a terem sexo com prostitutos.
 
Os advogados de defesa de Combs reconheceram que o seu cliente era, por vezes, abusivo nas suas relações, mas argumentaram que a atividade sexual descrita pelos procuradores era consensual e que não havia nada de ilegal no seu estilo de vida “poliamoroso”.

Os advogados do cantor mostraram mensagens de texto que Ventura e “Jane” enviaram a Combs ao longo dos seus relacionamentos para argumentar que o cantor não tinha forma de saber que a participação das mulheres nas “freak offs” não era voluntária.
 
Alegam ainda que ambas as mulheres consentiram e até mesmo desfrutaram de um estilo de vida sexual “swinger” e foram motivadas a fazer falsas acusações por ciúmes ou pela perspectiva de grandes indeminizações judiciais.
 
Por: RTP c/agências