Pelo menos 100 mortos incluindo civis num ataque terrorista no Burkina Faso

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Pelo menos 100 pessoas, incluindo civis e militares, foram mortos num ataque de terroristas ligados à Al-Qaeda a uma aldeia no centro do Burkina Faso, no sábado, de acordo com vídeos analisados por um especialista regional.

Segundo este especialista o ataque foi um dos mais mortíferos deste ano naquela nação da África Ocidental, devastada por conflitos entre grupos terroristas.

Civis na localidade de Barsalogho, a 80 quilómetros da capital, estavam a ajudar as forças de segurança a escavar trincheiras para proteger os postos de segurança e as aldeias, no sábado, quando os combatentes de um grupo ligado à Al-Qaida invadiram a área e abriram fogo, descreveu Wassim Nasr, um especialista do Sahel e investigador sénior do Centro Soufan de reflexão sobre segurança.

A Al-Qaida reivindicou a responsabilidade pelo ataque no domingo, afirmando num comunicado que obteve o “controlo total sobre uma posição da milícia” em Barsalogho, região de Kaya, uma cidade estratégica que as forças de segurança têm usado para combater os terroristas que, ao longo dos anos, têm tentado aproximar-se da capital do país, Ouagadougou.

Pelo menos 100 corpos foram contados nos vídeos analisados do ataque, adiantou Nasr.

A agência de notícias Associated Press, que divulga esta informação, disse que não conseguiu confirmar os dados de forma independente, mas analisou vídeos que pareciam ser do local do ataque, mostrando corpos empilhados ao lado das trincheiras.

O ministro da segurança do Burkina Faso, Mahamadou Sana, disse numa emissão da televisão estatal, no domingo, que o governo respondeu ao ataque, confirmando que entre os mortos encontram-se militares e civis, sem indicar o número exato de vítimas.

Cerca de metade do território do Burkina Faso está fora do controlo do governo, uma vez que o país tem sido devastado por crescentes ataques terroristas, de grupos ligados à Al-Qaeda e ao grupo extremista Estado Islâmico, que já mataram milhares de pessoas e fizera deslocar mais de dois milhões, numa das crises mais negligenciadas do mundo.

A violência contribuiu para dois golpes de Estado em 2022. A junta militar no poder no país, que prometeu pôr fim aos ataques, tem tido dificuldade em fazê-lo, mesmo depois de procurar novas parcerias de segurança com a Rússia e outros países da região do Sahel em África, também liderados por juntas militares e atingidos por conflitos.

Por: Lusa