PM julga as manifestações como intenção de criar caos e mexer com a estabilidade social do país

1959

O primeiro-ministro considerou que as manifestações de ontem que tiveram lugar um pouco por todo o país, foram uma forma “intencional de criar caos” e mexer com a estabilidade social do país.

Ulisses Correia e Silva fez essas considerações em declarações à imprensa, na Cidade da Praia, no final da sessão solene comemorativa do Dia da Independência Nacional, 05 de Julho, sublinhando, entretanto, que as manifestações são direitos construídos pelas leis cabo-verdianas e pela Constituição da República.

“Mas é preciso haver motivo. Há uma ideia por detrás disso e alguém com intencionalidade de criar o caos e mexer com a estabilidade social de Cabo Verde, trazendo a temática da fome”, frisou, justificando que os promotores das manifestações estão a “mexer com algo que representa o drama em Cabo Verde, na década de 40”.

Na sua opinião, a fome por que o país enfrentou ainda afecta a consciência nacional, mas “não se repetiu mais e não se vai repetir”, classificando de uma “grande irresponsabilidade tentar motivar as pessoas para sair à rua com a bandeia da fome”, numa alusão à manifestação ocorrida em São Vicente.

Na Cidade da Praia, a manifestação promovida pelo “Movimento Korda Cabo Verde” terminou em frente à Assembleia Nacional onde decorria a sessão comemorativa de 05 de Julho, sendo que em outras ilhas do país também tiveram lugar manifestações, nomeadamente em São Vicente, Sal, Boa Vista e Fogo.

Quanto ao desaparecimento das pessoas no país, uma preocupação manifestada pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, ao discursar na sessão solene, Ulisses Correia e Silva precisou que é a Procuradoria-Geral da República (PGR) que deve responder como andam as investigações.

Em relação aos discursos sobre a realidade do país feitos pelos líderes da oposição (Partido Africano da Independência de Cabo Verde-PAICV e União Cabo-verdiana Independente e Democrática-UCID) na referida sessão solene, Ulisses Correia e Silva catalogou os mesmos de “catastróficos” e que “criam sentido de depressão”.

No seu entender, é preciso ser-se positivo, porque Cabo Verde tem condições para se desenvolver e que o seu Governo está “fortemente empenhado” para conseguir dar o seu contributo para o alcance desse propósito, ciente de que é esse o caminha a trilhar para que o país crie condições para ser resiliente, estar menos sujeito a choques externos.

“Saímos de uma média do crescimento económico de 1% num período relativamente longo (2009 a 2015), passamos por quatro vezes mais. Quer dizer que a base de criação de riqueza é fundamental para poder depois criar oportunidades de emprego, riqueza e rendimento”, explicou.

Conforme o primeiro-ministro, apesar de não ser no nível desejado, o emprego tem sido criado e o rendimento das famílias tem aumentado, de acordo com o relatório da política monetária do Banco de Cabo Verde (BCV), apesar dos problemas que o país enfrenta.

Por: Inforpress